Brasília – Os servidores públicos federais preparam uma paralisação, no próximo dia 18 de janeiro, com atos em Brasília e nas capitais estaduais, por uma reposição salarial linear de 27%. A mobilização dos servidores é uma reação à decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder aumento somente a carreiras da segurança pública – Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional -, cuja verba de R$ 1,7 bilhão foi incluída no Orçamento Geral da União de 2022.
“A principal pauta é a reposição salarial linear que consiga, pelo menos, arcar com parte do que perdemos desde a última reposição, em 2017”, disse à Agência CMA o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques. “Já perdemos cerca de 27% do poder aquisitivo dos salários. É
isso que estamos cobrando do governo. Não estamos falando de aumento real, mas de reposição das perdas inflacionárias”, completou.
O Dia Nacional de Mobilização inclui dois atos em Brasília – às 10h, no Banco Central, e às 14h, no Ministério da Economia -, além de manifestações nas capitais, organizadas pelas entidades representativas em cada estado. A paralisação, segundo o Fonacate, envolve servidores federais dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo.
No governo federal, a mobilização envolve servidores vinculados à Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que diz reunir 80% do contingente das carreiras do Executivo, analistas de comércio exterior, servidores do Itamaraty, especialistas em políticas públicas e gestão governamental,
auditores fiscais federais agropecuários, auditores e técnicos da Controladoria-Geral da União e do Tesouro Nacional, oficiais de inteligência, servidores das agências reguladoras, funcionários do Banco Central, servidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), peritos federais agrário e servidores da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
“Houve uma adesão maciça a esse indicativo de mobilização nacional no dia 18”, disse Marques. Segundo ele, para os atos são esperados cerca de 1.000 servidores, de forma a não promover aglomeração em tempos de pandemia.
Após esta paralisação, estão previstos atos nos dias 25 e 26 de janeiro, além de uma mobilização na primeira semana de fevereiro, para decisão a respeito de greve geral na segunda quinzena de fevereiro