São Paulo – A receita real de serviços, que se refere à evolução do volume da atividade no setor em termos reais, descontada a inflação (deflacionado), subiu 2,9% em agosto em relação a julho, no terceiro mês seguido de alta acumulando ganho de 11,2% no período, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, porém, não apaga os quatro meses de perdas do setor no qual somou recuo de 19,8% em consequência das medidas de combate à covid-19.
Já em relação a agosto de 2019, o volume de serviços recuou 10,0%, marcando a sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto. Com isso, o setor de serviços acumula quedas de 9,0% no ano e de 5,3% nos últimos 12 meses até agosto, no resultado negativo mais intenso para o período desde dezembro de 2012, início da série histórica.
Na passagem de julho para agosto, houve alta em quatro das cinco atividades pesquisadas, com destaque para serviços prestados às famílias (+33,3%), que registrou a taxa positiva mais intensa da série histórica; e para o setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (+3,9%), atividade que acumula ganho de 18,8% nos últimos quatro meses. Em contrapartida, o único resultado negativo do mês ficou com os serviços de informação e comunicação (-1,4%), após avançarem 6,3% entre junho e julho.
O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, destaca que, passados os meses mais críticos da pandemia do novo coronavírus, observados entre março e abril, a atividade de serviços prestados às famílias registrou as três maiores taxas de toda série histórica: 33,3% em agosto, 14,4% em junho, e 13,8% em maio.
“Mesmo com esses recordes, ainda está muito distante de recuperar as perdas de março e abril, tamanha a queda. Para que os serviços prestados às famílias voltem ao patamar de fevereiro, ainda precisam crescer 72,2%”, diz.
Na comparação com agosto do ano passado, houve queda em quatro das cinco atividades, com destaque para os serviços prestados às famílias (-43,9%). A exceção ficou com outros serviços (+7,2%), ainda em base anual.
Em relação às atividades turísticas, houve alta de 19,3% em agosto relação a julho, na quarta taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 63,4% no período. Na comparação com o mesmo mês de 2019, houve retração de 44,5%, na sexta taxa negativa seguida. Destaque para as altas da atividade no Ceará (+85,4%) e na Bahia (+48,4%).