Setor imobiliário deve ter menos lançamentos, mas manter volume de vendas em 2022

681

São Paulo, SP – O Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) apresentaram na manhã de hoje informações sobre o desempenho do mercado imobiliário da cidade de São Paulo (até outubro/2022) e as perspectivas para 2023.

Segundo o economista-chefe Celso Petrucci, a previsão é que o número de lançamentos imobiliários na cidade de São Paulo recue 15% em 2022, em relação a 2021, mas o número de unidades vendidas deve manter o patamar do ano passado. A entidade atribuiu a queda à redução dos lançamentos às eleições em outubro, a Copa do Mundo e as festas de final de ano, além do cenário macroeconômico de inflação alta e elevação dos juros.

No mercado nacional, pesquisa realizada em 199 cidades do país mostrou que o VGL (lançamento) cresceu 14,3% de janeiro a setembro, em comparação a 2021, totalizando R$ 99 bilhões. A alta também aconteceu com o VGV (vendas), chegando a R$ 105 bilhões, crescimento de 14,4% em relação a 2021.

No acumulado de 12 meses, o número de lançamentos chegou a 305.226, abaixo dos 308.761 do mesmo período, entre outubro de 2020 e setembro de 2021. As vendas recuaram de 305.847 para 303,992.

Sobre a continuidade do programa Casa Verde e Amarela, que voltará a se chamar Minha Casa Minha Vida, a Secovi disse que se reuniu com a equipe de transição do futuro governo federal para auxiliar e propor melhorias na área do mercado imobiliário.

“Os últimos ajustes implementados no Casa Verde Amarela são positivos e devem manter o programa em um patamar semelhante ao de 2022. É preciso fortalecer o SBPE (Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e manter os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para o setor habitacional”, destacou Petrucci.

Em 2022, os financiamentos por meio do SBPE representam 42% do total, seguido por FGTS (26%), LCI (11%), FII (9%) e CRI (8%). Ao todo, foram financiados pelo SBPE R$ 1512 bilhões até outubro de 2022, um recuo de 12% em comparação ao mesmo período de 2021. Em número de unidades, o recuo foi de 16%, passando de 734,4 mil para 618,9 mil.

Também houve queda no número de unidades financiadas pelo FGTS no programa Casa Verde Amarela, que registrou 223,5 mil unidades de janeiro a agosto de 2022, abaixo das 239,8 mil do mesmo período de 2021.

“A Caixa fez um movimento durante o ano de migrar empreendimentos que estavam no Casa Verde Amarela e deve fechar o ano em R$ 92 bilhões e está buscando adequar as soluções entre caderneta de poupança e fundo de garantia”, comentou Rodrigo Luna, CEO da Secovi.

Luna destacou ainda que avalia que as pessoas interessadas em comprar imóveis também estão esperando pelo início do novo governo e das condições econômicas para fazer os investimentos em imóveis.

“A expectativa é que a taxa de juros comece a cair a partir do segundo trimestre do ano que vem. A previsão é fechar o ano de 2023 com uma Selic de 11,75%, ou seja, 2 pontos percentuais abaixo da taxa atual”, ponderou Luna, que lembrou da importância de juros menores para o setor imobiliário.

Por fim, a entidade afirmou que as empresas do setor ainda não conseguiram repassar os preços dos aumentos dos insumos da construção civil para o consumidor final. “A recomposição da margem das empresas ainda não aconteceu, e isso é fundamental para recompor as perdas da inflação elevada. A recuperação do setor não acontece na mesma velocidade da inflação. É preciso índices saudáveis para operar no setor imobiliário”, concluiu Luna.