Setor público consolidado registra déficit primário de R$ 63,9 bilhões em maio, aponta BC

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Edifício-sede do Banco Central em Brasília. (Foto: Divulgação/BC)

São Paulo, 28 de junho de 2024 – O resultado primário do setor público consolidado foi deficitário em R$63,9 bilhões em maio, ante déficit de R$50,2 bilhões no mesmo mês de 2023. O Governo Central, os governos regionais e as empresas estatais registraram déficits respectivos de R$60,8 bilhões, R$1,1 bilhão, e R$2,0 bilhões. Em doze meses, o setor público consolidado acumulou déficit de R$280,2 bilhões, equivalente a 2,53% do PIB e 0,11 p.p. do PIB superior ao déficit acumulado nos doze meses até abril. Os dados foram divulgados pelo Banco Central.

 

Os juros nominais do setor público não financeiro consolidado, apropriados por competência, somaram R$74,4 bilhões em maio de 2024, comparativamente a R$69,1 bilhões em maio de 2023. No acumulado em doze meses até maio deste ano, os juros nominais alcançaram R$781,6 bilhões (7,04% do PIB), comparativamente a R$695,6 bilhões (6,64% do PIB) nos doze meses até maio de 2023.

 

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$138,3 bilhões em maio. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$1.061,9 bilhões (9,57% do PIB), ante déficit nominal de R$1.042,8 bilhões (9,45% do PIB) acumulado até abril de 2024.

 

Dívida Líquida do Setor Público (DLSP)

A DLSP atingiu 62,2% do PIB (R$6,9 trilhões) em maio, elevando-se 0,7 p.p. do PIB no mês. Esse resultado refletiu em especial os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 p.p.), do déficit primário (aumento de 0,6 p.p.), da desvalorização cambial de 1,3% no mês (redução de 0,2 p.p.), dos demais ajustes da dívida externa líquida (redução de 0,2 p.p.), e da variação do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.). No ano, a DLSP elevou-se 1,2 p.p. do PIB, em função, sobretudo, dos impactos dos juros nominais (aumento de 3,2 p.p.), do reconhecimento de dívidas (aumento de 0,2 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 1,3 p.p.) e do efeito da desvalorização cambial de 8,3% acumulada no ano (redução de 0,9 p.p.).

 

A DBGG – que abrange Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 76,8% do PIB (R$8,5 trilhões) em maio de 2024, aumento de 0,5 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Esse aumento decorreu principalmente dos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), das emissões líquidas (aumento de 0,1 p.p.), do reconhecimento de dívida (aumento de 0,1 p.p.) e da variação do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.). No ano, o aumento de 2,4 p.p. do PIB decorreu principalmente da incorporação de juros nominais (aumento de 3,2 p.p.), da emissão líquida de dívida (aumento de 0,4 p.p.), da desvalorização cambial (aumento de 0,3 p.p.) e do crescimento do PIB nominal (redução de 1,6 p.p.).

 

Dylan Della Pasqua / Safras News

 

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