Sinduscon eleva projeção de alta do PIB da construção para 7% em 2022, de 2% anterior

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São Paulo – O Sinduscon, associação com 850 construtoras associadas e que representa cerca de 50 mil empresas de construção no estado de São Paulo, elevou sua projeção de crescimento do PIB da construção para 7% em 2022, de 2% anterior, com expectativa de alcançar 2,4% em 2023. Em 2021, a taxa de crescimento anual (já revista) foi de 10%. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, pelo presidente do Sinduscon, Odair Senra e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), em coletiva de imprensa.

Segundo a entidade, a construção paulista representa 27,6% da construção brasileira, que por sua vez equivale a 4% do PIB brasileiro.

Ainda para o próximo ano, estima-se que o setor contará com um cenário mais favorável em relação aos preços dos insumos. O ciclo de negócios continuou se sustentando ao longo de 2022, a despeito de uma conjuntura mais adversa dada pela forte elevação da Selic e dos preços dos imóveis. Assim, se por um lado há uma desaceleração do ritmo de alta da atividade, por outro, nota-se que o setor ainda se sustenta em um patamar bastante elevado de crescimento, afirmou a coordenadora de Projetos de Construção do FGV/Ibre, Ana Maria Castelo.

O ciclo recente efetivado continuará repercutindo no mercado de trabalho. No entanto, a desaceleração do crescimento da ocupação, especialmente do mercado informal, já sinaliza um crescimento mais comedido em 2023, destaca o vice-presidente de Economia, Eduardo Zaidan.

Dados do ano

No terceiro trimestre do ano, a construção cresceu 1,1% na comparação com o trimestre anterior, já com ajuste sazonal. O resultado representa a quinta alta consecutiva. No ano até setembro, o setor acumula expansão de 8,2%, bem superior à média do crescimento das demais atividades o PIB nessa mesma comparação teve aumento de 3,2%.

O PIB trimestral não permite distinguir a contribuição da produção formal para o crescimento.

Mas outros indicadores mostram que a parte formal da construção, ou seja, as obras produzidas pelas construtoras têm sido determinantes dessa dinâmica em 2022. De acordo com o Caged, o emprego com carteira apresentou até setembro aumento de 10,8%.

A recuperação da ocupação e dos rendimentos está determinando as taxas positivas registradas pelo setor, que têm superado muito as projeções do início do ano. Por ser uma atividade essencialmente intensiva em mão de obra, o aumento da ocupação confirma um crescimento vigoroso da atividade. O ciclo de negócios que foi retomado ainda de forma tímida em 2019 prosseguiu nos anos seguintes e o mercado de trabalho está captando esse movimento, demonstrou Ana Castelo em sua apresentação.