Sob efeito da crise, economia norte-americana encolhe 4,8% no primeiro trimestre

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São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 4,8% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao trimestre imediatamente anterior em termos anualizados, de acordo com a leitura preliminar divulgada pelo Departamento do Comércio do país.

O dado ficou abaixo das previsões dos analistas, que esperavam queda de 3,5%. O indicador mostra que o crescimento econômico desacelerou em relação ao quarto trimestre de 2019, quando o PIB norte-americano cresceu 2,1% em base anualizada.

A desaceleração do crescimento do PIB no primeiro trimestre reflete retrações nos gastos pessoais com consumo, nos investimentos fixos não residenciais, exportações e investimentos em inventários privados. As perdas foram compensadas por maiores contribuições em investimentos fixos residenciais, gastos do governo federal, estadual e local.

O departamento do Comércio também informou que “o declínio no PIB do primeiro trimestre foi, em parte, devido à resposta à pandemia de covid-19, quando os governos emitiram ordens de quarentena em março. Isso levou a rápidas mudanças na demanda, à medida que empresas e escolas mudaram para trabalho remoto ou operações canceladas, e os consumidores cancelaram, restringiram ou redirecionaram seus gastos. Os efeitos econômicos completos da pandemia de COVID-19 não podem ser quantificados na estimativa do PIB para o primeiro trimestre de 2020, porque os impactos geralmente estão embutidos nos dados de origem e não podem ser identificados separadamente”.

Os gastos pessoais com consumo tiveram baixa de 7,6% no primeiro trimestre em base anualizada, desacelerando após o aumento de 1,8% no quarto trimestre de 2019. Os investimentos ganharam força, passando de -6,0% para -5,6%, enquanto o total de gastos públicos cresceu 0,7%, após a alta de 2,5% no quarto trimestre.

O índice de preços para os gastos pessoais (PCE), usado pelo banco central norte-americano como referência para inflação, subiu 1,3% no primeiro trimestre em base anualizada, após alta de 1,4% no quarto trimestre. O núcleo do PCE, que exclui do cálculo preços de alimentos e energia, teve alta de 1,8%, após aumento de 1,3% nos três meses anteriores.