Soja puxa PIB da Agropecuária no 1º trimestre de 2021

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São Paulo – A melhora na produtividade e o bom desempenho de alguns produtos, especialmente a soja, fizeram com que o PIB do setor agropecuário registrasse números fortes no primeiro trimestre de 2021.

O PIB da agropecuária atingiu R$ 208,8 bilhões no primeiro trimestre de 2021, acumulando avanços de 5,7% na comparação com o quarto trimestre de 2020 e de 5,2% na em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O PIB brasileiro alcançou R$ 2,048 trilhões entre 1º de janeiro e 31 de março.

Na avaliação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o resultado do primeiro trimestre deste ano pode ser explicado principalmente pelo desempenho positivo de produtos como a soja, o fumo e o arroz, e pelo aumento da produtividade.

Em contrapartida, produtos como o milho e a mandioca registraram decréscimo na comparação anual. A pecuária e a pesca também registraram desempenho fraco no primeiro trimestre do ano.

Setor de serviços foi o único a registrar queda na comparação anual

Apesar de a maioria dos principais setores da economia terem registrado alta na comparação com o último trimestre de 2020, o setor de serviços foi o único a registrar retração na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

Os serviços representaram 73% do PIB nacional entre o início de janeiro e o fim de março, calculado pelo IBGE.

Enquanto a agropecuária cresceu 5,7% e a indústria expandiu-se 0,7% no primeiro trimestre, o setor de serviços cresceu 0,4% na comparação com os últimos três meses de 2020, totalizando R$ 1,2 trilhão.

Já na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, enquanto a agropecuária avançou 5,2% e a indústria cresceu 3,0%, o setor de serviços registrou retração de 0,8%.

“As atividades de outros serviços, que são majoritariamente presenciais, e administração pública puxaram o resultado dos serviços para baixo. Esse é um setor que ainda sofre os efeitos da pandemia”, explicou a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Em relação aos últimos três meses de 2020, o setor de serviços registrou resultados positivos em transporte, armazenagem e correio (+3,6%), intermediação financeira e seguros (+1,7%), informação e comunicação (+1,4%), comércio (+1,2%) e atividades imobiliárias (+1,0%). Outros serviços ficaram estáveis (+0,1%).

Indústrias extrativas puxam PIB industrial

O avanço do PIB industrial brasileiro no primeiro trimestre na comparação com o último trimestre do ano passado veio principalmente das indústrias extrativas (3,2%). Também cresceram a construção (2,1%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,9%).

O único resultado negativo foi registrado pelas indústrias de transformação (-0,5%). “Todos subsetores da indústria cresceram, menos a indústria de transformação, que tem o maior peso, impactada pela indústria alimentícia, que afetou o consumo das famílias”, disse Rebeca Palis.

Consumo das famílias fica estável; consumo do governo cai

Os efeitos da pandemia influenciaram a estabilidade no consumo das famílias (-0,1%) no primeiro trimestre deste ano na comparação com o quarto trimestre de 2020, permanecendo na faixa de R$ 1,2 trilhão.

Já o consumo do governo teve queda de 0,8% no mesmo intervalo. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em seu levantamento sobre o PIB do primeiro trimestre no Brasil.

“O aumento da inflação pesou, principalmente, no consumo de alimentos ao longo desse período. O mercado de trabalho desaquecido também. Houve ainda redução significativa nos pagamentos dos programas do governo às famílias, como o auxílio emergencial”, detalhou a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Na comparação anual, entretanto, o consumo das famílias diminuiu 1,7%. De acordo com o IBGE, o resultado pode ser explicado pelo aumento da inflação e pelos reflexos da pandemia sobre o mercado de trabalho, reduzindo a taxa de ocupação e a massa salarial real. Já o consumo do governo recuou 4,9%) em relação ao primeiro trimestre de 2020.