S&P afirma rating do Brasil em BB- com perspectiva estável

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São Paulo – A agência de classificação de risco Standard and Poor´s (S&P) afirmou a nota de crédito do Brasil em BB-, com perspectiva estável, indicando que a economia do país deve se recuperar este ano, em parte graças aos investimentos privados e exportações, embora o processo de consolidação orçamentária não ganhe tração.

A perspectiva estável do rating, segundo a S&P, reflete as expectativas de recuperação econômica em 2021 e redução gradual do déficit fiscal brasileiro, o que deve resultar em um ritmo mais lento de acumulação de dívida nos próximos dois anos, bem como em um desempenho externo sólido.

Segundo a agência, a consolidação orçamentária do Brasil ao longo de 2021-2024 provavelmente será lenta, visto que a pressão para aumentar os gastos permanece elevada, com a dívida líquida do governo geral devendo aumentar para cerca de 75% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024.

“Assumimos que a melhora modesta na trajetória fiscal e os grandes amortecedores fiscais ajudarão a preservar a confiança do mercado e as condições de financiamento adequadas para o governo nos mercados locais”, diz a S&P.

A dinâmica política fluida à medida que as eleições presidenciais se aproximam, junto com uma leve melhora na economia podem, segundo a agência, restringir os esforços para angariar amplo apoio do Congresso para a legislação que visa facilitar a adesão ao teto de gastos constitucional.

“Além disso, em meio à pandemia, às vezes houve sinais confusos que minaram a correção fiscal”, diz a S&P.

A agência projeta um ligeiro superávit em conta corrente em 2021, devido ao aumento das exportações, ao cenário mais favorável para os preços das commodities e à depreciação da taxa de câmbio real. À medida que a economia se recupera e as restrições a viagens são suspensas, o saldo em conta corrente voltará a déficits moderados, de acordo com a S&P, que serão inteiramente financiados por investimentos diretos estrangeiros.

“A forte posição externa do Brasil, a política monetária proativa, a taxa de câmbio flutuante e a composição favorável da dívida soberana são pontos fortes de crédito relativos que devem permitir ao país enfrentar as condições difíceis”, diz a S&P.

A agência destaca ainda que as fortes exportações brasileiras, beneficiando o perfil externo resiliente do país, e investimentos privados mais dinâmicos irão impulsionar a recuperação econômica neste ano. A expectativa é que a economia brasileira cresça 4,0% este ano e 2,1% em 2022 e que a taxa de desemprego chegue ao final de 2021 em 13,8%.