São Paulo – Os subsídios globais para combustíveis fósseis aumentaram US$ 2 trilhões nos últimos dois anos, atingindo um recorde de US$ 7 trilhões em 2022, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quinta-feira (24).
Segundo o novo relatório do FMI, o aumento dos preços de energia desencadeado pela guerra na Ucrânia e pela retomada econômica no pós-pandemia estão sobrecarregando os orçamentos, aumentando a poluição e exacerbando o aquecimento global.
“Os subsídios ao petróleo, carvão e gás natural custam o equivalente a 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global”, disse o Fundo. “Isso é mais do que os governos gastam anualmente em educação (4,3% da renda global) e cerca de dois terços do que gastam em saúde (10,9%)”, acrescentou.
O FMI advertiu também que os subsídios implícitos, como o custo dos danos causados pela poluição atmosférica e pelo aquecimento global, representam a maior parte dos gastos e deverão continuar a aumentar.
Além disso, os custos explícitos dos subsídios, aqueles que os governos pagam diretamente para manter os preços da eletricidade ou das bombas artificialmente baixos, mais do que duplicaram desde 2020, para US$ 1,3 bilhões.
Segundo o FMI, esses custos deverão diminuir à medida que os preços de energia caem, o que configura o momento ideal para o fim dos subsídios.
“Estimamos que a eliminação dos subsídios explícitos e implícitos aos combustíveis fósseis evitaria 1,6 milhões de mortes prematuras anualmente, aumentaria as receitas do governo em US$ 4,4 bilhões e colocaria as emissões no caminho certo para atingir as metas de aquecimento global”, destacou o órgão.