Suzano e 3Tentos são as maiores contribuições do fundo de ações da Verde em fevereiro

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São Paulo – A Verde Asset aponta que em fevereiro, as maiores contribuições para a performance do seu fundo AM Ações FIC FIA vieram das ações de Suzano e 3Tentos, além da posição vendida em empresas de commodities metálicas. As exposições de Barrick Gold Corp US e Grupo Mateus foram os principais detratores. No mês, o fundo registrou perda de 4,24%, ante recuo de 7,49% do Ibovespa e alta de 0,37% do IGPM+6%. Em 12 meses, o fundo recuou 19,08%, ante perda de 7,26% do Ibovespa e alta de 8,05% do IGPM+6%.

“A resultante deste cenário de mudança de narrativa global, ampliação dos ruídos locais e forte movimento técnico de resgates na indústria local de Equities foi uma forte queda dos ativos de bolsa no Brasil. Nosso fundo, apesar da recente redução de risco e dos hedges feitos ao longo de janeiro, também sofreu no mês”, comentou a Verde Asset, na carta divulgada nesta semana.

A gestora destacou a forte performance de 3Tentos, de mais de 25% no mês, após a divulgação dos resultados do último trimestre da Cia, que corroboraram a sua tese de investimento e levaram a reprecificacao do ativo; a queda de mais de 15% no mês de Barrick Gold esteve muito relacionada ao ambiente de mudança de juros globais e seus impactos no ouro – acima exposto, sem que a tese de investimentos na companhia fosse alterada.

Olhando a frente, no campo macro, a Verde disse que seguirá atenta principalmente aos indicadores de inflação norte-americanos e à gestão local dos riscos fiscais e monetários, com seus impactos sobre os ativos de risco. “O fundo continua alicerçado em um portfólio de menor risco, concentrado em ações de empresas líderes, de maior liquidez, e com maior nível de proteção via derivativos.”

Em virtude da forte queda das ações de commodities metálicas, a gestora reduziu parcialmente a posição vendida do fundo. Adicionalmente, incrementou sua posição comprada de Rumo após a divulgação de resultados de 2022 e guidance de 2023, que vieram acima das expectativas de mercado e alinhados às suas hipóteses centrais do Investment Case.

Atualmente, os maiores investimentos do fundo da Verde são em Suzano, Barrick Gold US, Localiza, Rumo e Equatorial.

No comentário de desempenho do fundo em fevereiro, a Verde comenta que “depois de um início de ano em que os mercados globais precificaram um cenário benéfico de ‘soft landing’ na economia norte-americana e aceleração do processo de reabertura chinesa, a narrativa mudou de forma acentuada, levando a reprecificação dos ativos pelo mundo todo.”

“Os ativos de risco no Brasil, dada a fragilidade fiscal do país, não passaram ilesos. Nos Estados Unidos, as percepções sobre a relação economia x inflação x juros tem se mostrado voláteis e muito dependentes de dados diários. Se antes a expectativa era de uma inflação transitória e de um movimento suave de desaceleração econômica, com menor aperto monetário, os dados de emprego divulgados no mês referendados por outros indicadores mudaram a narrativa”, prossegue.

“Pressões persistentes de inflação aumentaram a probabilidade da necessidade de um aperto de juros muito maior, possivelmente levando a maior economia do mundo a recessão. E neste cenário de juros globais maiores e menor crescimento, os preços dos ativos mudaram”, explica a gestora.

“No Brasil, o que temos visto é muito ruído e pouquíssimo pragmatismo, diferente daquilo que era esperado pelas visões mais otimistas de mercado. Mesmo o movimento de reoneração dos impostos de combustíveis não teve o impacto esperado; medidas intervencionistas como a contrapartida de taxação das exportações de petróleo cru, apesar da tentativa de melhora no âmbito fiscal, levam a desbalanceamentos e aumentos dos prêmios de risco.”

“Não bastasse a fragilidade fiscal, o ruído envolvendo a potencial perda da ancora monetária do país acaba por criar um cenário extremamente perigoso”, comentou a gestora, na carta.