Suzano prevê expansão nos segmentos de embalagens, tecidos e produtos têxteis

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São Paulo, SP- O Itaú BBA divulgou um relatório sobre o encontro que teve com diretor de Papel e Embalagem da Suzano, Fabio Almeida, e a diretora de RI, Camila Nogueira, que explicaram as principais tendências do indústria de papel e embalagens e as alternativas de crescimento orgânico e inorgânico da empresa.

Às 15h55, a ação da companhia recuava 0,72%, a R$ 55,11. O Itaú BBA avaliou a ação como outperform, com preço-alvo de R$ 67.

Com a recente entrada em operação da fábrica de celulose da Suzano (Cerrado), o crescimento em outros segmentos deverá estar em destaque nos próximos anos. A Suzano pretende aumentar ainda mais sua presença no mercado embalagens, tecidos e produtos têxteis, uma vez que estes mercados têm um crescimento atraente a longo prazo. A empresa anunciou recentemente a aquisição da unidade norte-americana de embalagens/papelão produtora Pactiv e Lenzing (que atua no mercado de viscose, importante no indústria têxtil). A Suzano também está investindo na expansão de sua capacidade de tissue e fluff no Brasil.

Almeida destacou que o mercado dos Estado Unidos é uma região atraente para o segmentos de papel e embalagens, dado o cenário competitivo mais favorável para os players nacionais (graças ao tarifas de importação, sistemas de cotas, etc.) e um sistema legislativo menos complexo em comparação com o sistema operacional em diferentes países da Europa. Assim, a Suzano considera tanto fusões e aquisições quanto projetos greenfield no país como vias de crescimento viáveis. A administração não descarta expansões para outros regiões, como Europa e Ásia.

Por fim, a companhia disse que tem focado na otimização do portfólio de produção no Brasil, tendo apresentado taxas de crescimento mais fortes em produtos mais rentáveis como Paperboard e White Top Kraftliner. Assim, a empresa ressaltou que manterá presença relevante nos produtos tradicionais de Impressão e Escrita (P&W), e ponderou ainda que as decisões futuras sobre adicionar ou não capacidade de papel no Brasil são impactadas por diferentes fatores, como as perspectivas de crescimento e o ambiente competitivo para cada tipo de papel.

PROJETO CERRADO

A Suzano iniciou no fim de julho as operações do Projeto Cerrado, nova fábrica de produção de celulose instalada no município de Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul. Com capacidade para produzir 2,55 milhões de toneladas por ano, o empreendimento é
resultado de um investimento total de R$ 22,2 bilhões, dos quais R$ 15,9 bilhões destinados à construção da fábrica e R$ 6,3 bilhões a iniciativas como a formação da base de plantio e a estrutura logística para escoamento da celulose.

Em fato relevante, a companhia informou que “seus fornecedores e demais parceiros do Projeto Cerrado trabalharão juntos na fase de ramp-up iniciada, visando executá-la de forma adequada e conforme planejado” e reiterou as estimativas já anteriormente divulgadas sobre o volume de produção da nova planta, sendo previstas aproximadamente 900 mil toneladas em 2024 e atingindo 2,0 milhões de toneladas ao final de 12 meses de operação a contar da presente data. A companhia estima um prazo de aproximadamente
nove meses para conclusão da curva de aprendizado.

Com o início das operações da nova unidade, a capacidade instalada de produção de celulose da Suzano salta de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas anuais, o que representa um aumento de mais de 20% na produção atual da companhia. A Suzano também tem capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas anuais de papéis, incluindo as linhas de papéis sanitários, de imprimir e escrever e de embalagens, entre outros itens que utilizam a celulose como matéria-prima.