São Paulo – A Suzano registrou lucro líquido de R$ 5,4 bilhões no terceiro trimestre de 2022 (3T22), contra lucro de R$ 182 milhões no 2T22 e prejuízo de R$ 959 milhões no 3T21. A elevação é explicada pela variação positiva no resultado financeiro, por sua vez decorrente do menor impacto negativo da desvalorização cambial sobre a dívida e resultado positivo das operações com derivativos, e pelo maior resultado operacional.
A receita líquida da companhia no período foi de R$ 14,2 bilhões, 23% e 32% maior que o visto no trimestre anterior e no mesmo período de 2021.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, sem a inclusão de itens não recorrentes, subiu 36% no trimestre, para R$ 8,6 bilhões. A margem ebitda ajustada subiu 2 pontos percentuais, para 61%.
Em relação aos dados operacionais, a Suzano vendeu 3,128 milhões de toneladas de papel e celulose no período, alta de 4%, em base de comparação anual. Do total, 2,797 milhões de toneladas foram de celulose, 5% maior na comparação anual, e 331 mil toneladas de papel, queda de 2%, na mesma base de comparação.
Ao final do terceiro trimestre, a dívida líquida da Suzano era de R$ 57,8 bilhões, queda de 1% na comparação anual. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda ajustado, era de 2,2 vezes em reais e 2,1 vezes em dólar, 0,6 vez menor que o mesmo período de 2021, em ambos os casos.
No período, a geração de caixa operacional, que considera o ebitda ajustado menos o capex de manutenção, foi de R$ 7,15 bilhão no terceiro trimestre, alta de 37% na comparação anual.
Os investimentos da Suzano somaram R$ 4,0 bilhões no período, 163% superior aos R$ 1,5 bilhão visto no mesmo intervalo de 2021 e 9% abaixo do trimestre anterior. A redução de 9% em relação ao 2T22, ocorreu em função do menor investimento em Terras e Florestas, como resultado do desembolso relacionado à aquisição societária da Parkia, ocorrido no trimestre anterior conforme divulgado pela Companhia em Fato Relevante em 29/06/2022. A queda foi parcialmente compensada principalmente pela evolução do Projeto Cerrado e pelo aumento na linha de manutenção florestal.
Em relação ao 3T21, o aumento deve-se principalmente à evolução na execução do Projeto Cerrado e pelos maiores gastos com Terras e Florestas, com destaque para a aquisição de Caravelas, conforme divulgado pela Companhia em Fato Relevante em 09/08/2022.
“O terceiro trimestre de 2022 foi marcado pela resiliência do preço de celulose de fibra curta, suportada por uma demanda sólida e ausência de novas capacidades”, escreveu a companhia, em seu relatório de resultados do terceiro trimestre.
“Neste cenário de preços de mercado preservados em patamares elevados, a Companhia apresentou forte evolução na realização de preços de celulose, que combinada com uma evolução no volume de vendas (atingindo seu maior nível desde o 1T20), resultou em uma geração recorde de EBITDA para o segmento. O custo caixa de produção de celulose apresentou variação marginal, ainda pressionado pelas elevações de preços de químicos e energéticos.
No segmento de papel, o EBITDA atingiu um novo recorde histórico, com um crescimento de 58% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado por mercados aquecidos em todos os segmentos e eficiência operacional. O EBITDA ajustado atingiu o maior patamar de sua história (R$ 8,6 bilhões), com significativo crescimento em comparação ao já elevado resultado apresentado no trimestre anterior.
No que se refere à gestão financeira, a alavancagem em dólar, medida pela dívida líquida/EBITDA Ajustado dos últimos doze meses, caiu para 2,1x, a despeito dos investimentos realizados e alinhados com a estratégia de alocação de capital da Companhia”, disse a diretoria da empresa.