Suzano tem prejuízo de R$ 6,74 bilhões no 4° trimestre de 2024

41

São Paulo, SP – O prejuízo líquido da Suzano somou R$ 6,74 bilhões no quarto trimestre de 2024, após lucro de R$ 4,515 bilhões um ano antes (4T23) e contra lucro líquido de R$ 3,237 bilhões no trimestre anterior (3T24). A variação negativa observada em relação ao 3T24 ocorreu em função da variação negativa no resultado financeiro, por sua vez
explicada pelo impacto negativo da valorização cambial sobre a dívida e operações com
derivativos (em contrapartida ao resultado positivo observado no trimestre anterior); além da elevação do CPV e SG&A, explicou a empresa em seu relatório trimestral. Esses efeitos foram parcialmente compensados pela receita de IR/CSLL diferido (incidentes principalmente sobre os resultados negativos de variação cambial sobre dívida e marcação dos derivativos), pela elevação da receita líquida e pela variação positiva na rubrica de outras receitas/despesas operacionais, por sua vez em função da reavaliação do ativo biológico.

A variação em comparação ao 4T23 também é explicada pela variação negativa no resultado financeiro (resultado da desvalorização cambial sobre a dívida e sobre as operações com derivativos vs. valorização cambial observada no 4T23), e da elevação do CPV e SG&A. Os fatores mencionados foram parcialmente compensados pelo montante positivo do IR/CSLL diferido (em oposição ao valor negativo do 4T23, quando do resultado positivo de variação cambial sobre dívida e marcação a mercado dos derivativos) e pela elevação na receita líquida.

A receita líquida da Suzano no 4T24 foi de R$ 14.177 milhões, sendo 81% gerada no mercado externo (vs. 79% no 3T24 e 77% no 4T23). Em relação ao 3T24, o aumento de 16% é explicado pelo maior volume vendido (+25%) e pela valorização do USD médio em relação ao BRL médio (+5%), parcialmente compensados pelo menor preço médio líquido de celulose em dólar (-13%). A elevação de 37% da receita líquida consolidada em relação ao 4T23 é explicada principalmente pela valorização do USD médio em relação ao BRL médio (+18%) e pelo maior volume vendido de celulose (+19%).

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 0 mil, após resultado negativo de R$ 0 mil no quarto trimestre de 2023. Em termos ajustados, o ebitda aumentou 43,9%, para R$ 6,481 bilhões.

A redução de -1% do EBITDA Ajustado do 4T24 em relação ao 3T24 é explicado sobretudo: i) pelo menor preço médio líquido de celulose em dólar (-13%); e ii) pelo maior gasto com SG&A em função dos maiores gastos com pessoal, por sua vez devido principalmente à maior provisão para remuneração variável. Esses fatores foram compensados principalmente pelo maior volume vendido de celulose (+24%), bem como pela valorização do USD médio em relação ao BRL médio (+5%). A redução de -20% no EBITDA ajustado por tonelada é explicada pela queda do preço da celulose em dólar e maior SG&A.

Já em relação ao 4T23, o aumento de 44% no EBITDA Ajustado ocorreu em função, principalmente: i) da valorização do USD médio em relação ao BRL médio (+18%); e ii) do maior volume de vendas em celulose (+19%) e em papel (+11%), esses efeitos foram parcialmente compensados pelo i) maior CPV base-caixa, por sua vez relacionado a nova operação da Suzano Packaging US, e ao maior impacto das paradas programadas e maiores custos logísticos e ii) maior SG&A (conforme detalhado anteriormente). O EBITDA ajustado por tonelada teve um aumento de 22% devido aos mesmo motivos, ex-volume.

As vendas de papel e celulose da Suzano cresceram 18,0%, para 3,7 milhões de toneladas.

A dívida líquida da companhia aumentou 42,3%, para R$ 79,053 bilhões. Em 31 de dezembro de 2024, a dívida líquida era de R$ 79,1 bilhões (US$ 12,8 bilhões) versus R$ 70,2 bilhões (US$ 12,9 bilhões) observados em 30 de setembro de 2024. O aumento da dívida líquida em moeda nacional é explicado pela variação cambial do período.

O índice de alavancagem financeira medido pela relação dívida líquida/EBITDA Ajustado em BRL ficou em 3,3x em 31 de dezembro de 2024 (3,2x em 30/09/2024). Esse mesmo indicador, apurado em USD (medida estabelecida na política financeira da Suzano), reduziu para 2,9x em 31 de dezembro de 2024 (3,1x em 30/09/2024).