Por Carolina Gama e Cristiana Euclydes
São Paulo – Como era esperado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manteve a taxa referencial de juros dos Estados Unidos na faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano. A decisão foi unânime.
“O comitê julga que a posição atual da política monetária é apropriada para apoiar a expansão sustentada da atividade econômica, as fortes condições do mercado de trabalho e a inflação, próxima da meta simétrica de 2%”, diz o comunicado.
Na decisão, o Fomc reforça que continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas, incluindo a evolução global e as pressões inflacionárias da inflação, ao avaliar o nível apropriado da taxa de juros nos Estados Unidos.
“Ao determinar o momento e o tamanho dos ajustes futuros na taxa de juros, o comitê avaliará as condições econômicas realizadas e esperadas em relação ao seu objetivo de pleno emprego e de inflação simétrica em 2%”, afirma o comunicado.
Segundo o Fomc, essa avaliação levará em conta informações como medidas das condições do mercado de trabalho, indicadores de pressões inflacionárias e expectativas de inflação, além de leituras sobre eventos financeiros e internacionais.
FUTUROS AJUSTES
A mediana das projeções dos membros do Federal Reserve para a taxa básica de juros do país indica que as autoridades pretendem manter os juros inalterados em 2019 e 2020, e elevá-los uma vez em 2021 e outra em 2022.
A mediana das projeções para os juros este ano e no próximo caiu para 1,6%, ante a estimativa de 1,9% feita em setembro, quando a previsão dos membros do Fed era de manutenção nos juros no horizonte relevante para a política monetária – até 2022.
Para 2021, o comitê de política monetária passou a esperar juro básico em 1,9%, uma redução em comparação com a projeção anterior de 2,1%, e sugerindo que, naquele ano, as autoridades do Fed esperam um aumento de 0,25 ponto porcentual (pp) nas taxas.
Para 2022, a previsão é de uma nova elevação, visto que a estimativa é de os juros encerrem o ano em 2,1%, ante a projeção anterior de 2,4%. No longo prazo, a estimativa ficou inalterada em 2,5%.
GRÁFICO DE PONTOS
Já o chamado “gráfico de pontos”, uma compilação das projeções de cada membro do Fomc para a taxa de juros, mostra que todos os 17 membros do comitê preveem manutenção dos juros em 2019.
Para 2020, 13 membros preveem que os juros fiquem no intervalo entre 1,50% e 1,75%, e quatro esperam juro básico entre 1,75% e 2,0%, ou seja, projetam uma alta com relação ao patamar atual.
Na divulgação anterior do gráfico, em setembro, oito autoridades esperavam juros na faixa atual para o ano que vem, dois previam que a taxa estará no intervalo entre 1,75% e 2% e sete estimaram juros acima de 2%.
Por sua vez, para 2021, cinco membros do Fomc esperam que os juros permaneçam no intervalo atual, enquanto quatro preveem que a taxa estará entre 1,75% e 2,0%, e oito projetam juros acima de 2%. No longo prazo, 11 membros esperam juro acima de 2% e os outros seis, abaixo deste patamar.