São Paulo – A taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 14,3% no trimestre móvel até outubro, ficando 0,5 ponto percentual (pp) acima do observado no período anterior (13,8%), referente aos meses de maio a julho, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, de 14,7%.
O resultado é o maior para o trimestre móvel da série histórica, iniciada em 2012. Já na comparação com o mesmo período anterior, referente ao trimestre móvel de agosto a outubro do ano passado, quando estava em 11,6%, houve um aumento de 2,7 pp, segundo o IBGE.
Ao fim de outubro deste ano, a população desocupada somava 14,1 milhões de pessoas, alta de 7,1% (mais 931 mil pessoas) em relação ao trimestre móvel anterior, e avançou 13,7% (1,7 milhão de pessoas a mais) no confronto com igual trimestre do ano passado. Já a população ocupada totalizou 84,3 milhões, com altas de 2,8% (2,3 milhões de pessoas a mais) em relação aos meses de maio a julho, porém, caiu 10,4% na comparação com o mesmo período de 2019 (9,8 milhões de pessoas a menos).
A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, explica que houve aumento no número de pessoas à procura de emprego, além da alta da população ocupada. “Esse cenário pode estar relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em afastamento. Nesse trimestre, percebemos uma redução da população fora da força de trabalho”, diz.
Com isso, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 29,5%, com quedas de 0,7 pp em relação ao trimestre encerrado em julho deste ano, mas subiu 5,7 pp na comparação com igual período do ano passado. Segundo o IBGE, a população subutilizada somou 32,5 milhões, sem variação significativa frente ao trimestre móvel anterior, porém, avançou 20,0% (mais 5,4 milhões de pessoas) na comparação com os meses de agosto a outubro de 2019.
Assim, a população fora da força de trabalho alcançou 77,2 milhões de pessoas, com recuo de 2,2% (menos 1,8 milhão de pessoas) no confronto trimestral, mas cresceu 19,0% (mais 12,3 milhões de pessoas) no confronto anual. A população na força de trabalho voltou a subir em relação aos meses de maio a julho (98,4 milhões de pessoas). Já a população desalentada chegou a 5,8 milhões de pessoas, estável no confronto trimestral, mas subiu 25,0% na comparação anual.
Em relação à renda, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.529 no período entre agosto e outubro deste ano, estável frente ao trimestre móvel anterior e alta de 5,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2019. Por sua vez, a massa de rendimento médio real habitual dos ocupados nos últimos três meses até outubro foi estimada em R$ 207,9 bilhões, estável em relação ao trimestre anterior, e caiu 5,3% frente ao mesmo período de 2019.
O IBGE reforça que houve crescimento na população ocupada em quatro dos dez grupamentos de atividade no trimestre encerrado em outubro. O número de pessoas ocupadas em Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura aumentou 3,8% no trimestre; na Indústria subiu 3,0%; no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, a alta foi de 4,4% e na Construção avançou 10,7% até outubro. Nos demais grupos, o cenário foi de estabilidade.