Taxa média de utilização da Braskem soma 72% no 4T22, recuo de 13 p.p. na base anual

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São Paulo – A Braskem apresentou seu relatório de produção e vendas relativo ao quarto trimestre reportando retração de utilização das centrais petroquímicas no Brasil, na Europa e Estados Unidos, e no México.

No Brasil, a taxa média de utilização das centrais petroquímicas chegou a 72%, 13 p.p. abaixo do4T21, e 7 p.p. abaixo do trimestre anterior, “em função da necessidade de adequação do volume de produção frente aos menores spreads no mercado internacional em função da menor demanda global”, segundo explicou a Braskem.

A companhia informou, ainda, que a taxa média de utilização das centrais petroquímicas brasileiras foi de 82% no intervalo, alta de 2 pontos percentuais (pp) na comparação anual, em função de parada não programada da central petroquímica do Rio Grande do Sul no trimestre do ano anterior. Já na comparação trimestral, houve recuo de 3 pp, principalmente, em função da rápida parada de manutenção programada na mesma unidade.

A taxa média de utilização de eteno verde recuou frente 9 p.p. frente ao 4T21 e 6 p.p. frente ao 3T22 mas ainda em patamares historicamente elevados. “Em 2022, a taxa média de utilização de eteno verde foi 6 p.p. inferior frente a 2021, devido às paradas programadas nas unidades de polietileno do Rio Grande do Sul ao longo do ano, porém ainda em patamares elevados de taxa de utilização”, informou a Braskem em relatório. “Vale destacar que a demanda e as margens de polietileno verde no mercado internacional continuam fortes e, portanto, ao longo do ano, mantivemos altas taxas de operação para maximizar as vendas de PE verde.”

Nos Estados Unidos, a taxa média de utilização das plantas de Polipropileno (PP) avançou 2 p.p. explicado pela realização de parada programada de manutenção em uma das plantas da região no 4T21. Com relação ao trimestre anterior, se manteve em linha em função da adequação do volume de produção aos níveis de estoques na cadeia de transformação dada a menor demanda de PP na região.

Na Europa, a taxa de utilização de PP retraiu 7 p.p.em função da menor demanda de PP explicada pelo fraco desempenho econômico da região, pela expectativa dos transformadores de redução dos preços nos períodos seguintes e pelos elevados níveis de estoques na cadeia de transformação. Frente ao 3T22, a taxa se manteve em linha explicada pela manutenção da menor demanda de PP na região e da menor disponibilidade de matéria-prima devido à problemas operacionais de fornecedor.

No México a taxa média de utilização das plantas de Polietileno (PE) caiu 13 p.p. frente ao 4T21 e 7 p.p. frente ao trimestre passado, segundo a companhia, em função da adequação da produção visando maximizar as vendas com maiores margens no período, através da redução de volumes na operação de etano importado, solução Fast Track, e priorização do volume fornecido pela PEMEX.

“O fornecimento de etano pela PEMEX atingiu 30 mil barris por dia na média do 4T22, em linha com o volume estabelecido contratualmente. As operações do Fast Track complementaram o fornecimento de matéria-prima com uma média de 13,8 mil barris por dia de etano importado dos Estados Unidos”, conforme relatório.

No ano, a taxa de utilização foi maior em 7 p.p. explicada pela expansão da solução Fast Track de importação de etano, que na média do ano atingiu 18,5 mil barris por dia, representando um aumento de 20% na comparação com 2021 e 74% de taxa de utilização dessa solução.

VENDAS

As vendas de resinas no mercado brasileiro alcançaram 861 mil toneladas no quarto trimestre, retração de 1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior em função da menor demanda de PP e PVC, como consequência do menor consumo de bens duráveis e materiais de construção civil impactados pelo aumento da taxa de juros para o controle da inflação no Brasil. Em comparação ao 3T22, o recuo foi de 3%.

Já as vendas externas de resinas chegaram a 194 mil toneladas no período, queda de 24% na comparação anual – em função de menores oportunidades no mercado internacional dado os elevados níveis de estoques na cadeia de transformação global – e avanço de 3% na trimestral, em função de oportunidades no mercado internacional para exportação,

As vendas dos principais produtos químicos (eteno, propeno, butadieno, entre outros) da Braskem no Brasil atingiu 657 mil toneladas no quarto trimestre, queda de 18% na base anual, imapactado pelo menor volume de vendas de gasolina e benzeno, em função da menor disponibilidade de produto para venda, de cumeno, devido a redução da demanda por derivados desse produto e tolueno, dada a sazonalidade do período.

Já as exportações desses produtos alcançou 74 mil toneladas, queda de 43% frente ao mesmo intervalo do ano anterior, por conta do menor volume exportado de benzeno, butadieno e tolueno, devido a menor demanda por esses produtos.

No ano de 2022, o volume de vendas dos principais químicos no mercado brasileiro reduziu 6% em função, principalmente, do menor volume de vendas de benzeno, butadieno e tolueno devido a menor disponibilidade de produtos para venda, dada a menor taxa de utilização das centrais petroquímicas no período, e a menor demanda por esses produtos, além da gasolina devido as melhores margens no mercado externo no período.

Com relação as exportações, o volume exportado reduziu 27% devido ao menor volume de vendas de benzeno e butadieno em função da menor disponibilidade de produtos para exportação e do tolueno dada a menor demanda no mercado externo.

Nos Estados Unidos e na Europa, as vendas de PP cresceram 5% no quarto trimestre frente ao mesmo período do ano anterior, atingindo 391 e 124 mil tonaldas, respectivamente. Por fim, no México, as vendas de PE caíram 6% na base anual, totalizando 178 toneladas.

“A redução é explicada pela menor disponibilidade de produto para venda com a menor taxa de utilização no período, em função da estratégia de adequação da produção”, concluiu a Braskem.