São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que a política monetária do banco deve permanecer restritiva por algum tempo para diminuir a demanda no país e reduzir a inflação. Segundo ele, esse processo “trará dor” mas é necessário, pois as consequências de uma inflação arraigada serão piores.
“Precisaremos manter as taxas basicas de juros em campo restritivo por algum tempo, como já foi feito antes, pois irá demorar para os efeitos desejados serem observados na economia”, afirmou Powell em discurso feito no Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole, em Wyoming. Atualmente, as taxas se encontram na faixa entre 2,25% e 2,5%, com
De acordo com ele, historicamente, há perigos em reduzir o aperto na política monetária cedo demais. “Para reduzir a inflação, precisamos diminuir a demanda, que se encontra em alta em comparação com a oferta”, explicou Powell, acrescentando que esse processo “trará alguma dor para a economia durante algum tempo, mas ela é necessária para não enfrentarmos problemas maiores caso as expectativas de inflação se desancorem”.
O presidente do Fed explicou que o crescimento do país deve moderar e a taxa de desemprego deve aumentar, mas que “a economia norte-americana continua forte” para enfrentar tais consequências.
“A inflação alimenta a si mesma. Caso as expectativas de inflação a longo prazo escapem do nosso objetivo de 2% e subam para índices maiores, teremos um problema maior para trazer estabilidade de preços”, explicou Powell. “Hoje, estamos com essas expectativas bem ancoradas, mas isso não motivo de complacência. Precisamos continuar agindo”.
Ele também descartou os últimos dados positivos como sinalizadores de um afrouxamento da política monetária em breve. “Números melhores em um mês não fazem diferença. Precisamos ver algo sustentável e isso irá demorar”, completou.
