TCU afasta auditor que teria feito estudo sobre covid-19 citado por Bolsonaro

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Brasília – O Tribunal de Contas da União (TCU) afastou preventivamente o auditor federal de controle externo, Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, até a apuração da instituição sobre a suposta realização de um estudo “paralelo” com o intuito de fortalecer o discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que metade das mortes em decorrência da covid-19 registradas não teriam ocorrido.

A medida foi tratada em despacho publicado nesta quarta-feira (9) e informa também a abertura de um processo administrativo disciplinar para apuração de prática de infração funcional cometida pelo auditor e ainda a solicitação de abertura de inquérito policial pela Polícia Federal (PF) a fim de investigar o episódio.

A decisão vem após duas afirmações dessa natureza feitas por Bolsonaro esta semana, citando que os dados teriam sido apurados pelo próprio TCU. O órgão desmentiu o presidente da República nas duas ocasiões.

Requerimento do senador Humberto Costa (PT) realizado no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 do Senado Federal chamou a atenção do Tribunald e Contas. Na peça o senador pediu a convocação de Costa Silva Marques para prestar esclarecimentos sobre um suposto estudo paralelo elaborado por ele.

O pedido veio após reportagem divulgada esta semana no jornal “Correio Braziliense”, que informava a possibilidade de que o auditor seria próximo a membros do governo federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A mesma reportagem informa que o auditor teria apresentado os resultados de sua tese aos colegas de trabalho do TCU, que o teriam repreendido por considerarem que estaria claro que ele queria desqualificar os governadores estaduais e favorecer o discurso do governo federal, de forma que nenhum outro auditor do TCU teria endossado o “estudo” por considerá-lo uma farsa.