São Paulo – O governo dos Estados Unidos anunciou que, a partir do próximo domingo, os aplicativos chineses TikTok e WeChat estão proibidos de serem disponibilizados em todas as lojas de aplicativos do país, visando a proteger a “segurança nacional”.
“As ações de hoje provam mais uma vez que o presidente [Donald] Trump fará tudo ao seu alcance para garantir nossa segurança nacional e proteger os norte-americanos das ameaças do Partido Comunista Chinês”, disse o secretário de Comércio norte-americano, Wilbur Ross, em comunicado.
“Sob a direção do presidente, tomamos medidas significativas para combater a coleta maliciosa de dados pessoais de cidadãos norte-americanos pela China, ao mesmo tempo promovendo nossos valores nacionais, normas baseadas em regras democráticas e aplicação agressiva das leis e regulamentos dos Estados Unidos”.
Segundo o comunicado, as ameaças representadas pelo WeChat e TikTok não são idênticas, mas semelhantes, e ambos estão sujeitos à cooperação obrigatória com os serviços de inteligência do governo chinês, “criando riscos inaceitáveis para nossa segurança nacional”.
Assim, a partir de 20 de setembro fica proibida qualquer prestação de serviço para distribuir ou manter WeChat ou TikTok em lojas de aplicativos nos Estados Unidos e qualquer prestação de serviços por meio do WeChat para transferir fundos ou processar pagamentos dentro do país.
Além disso, a partir de 20 de setembro para WeChat e de 12 de novembro para TikTok fica proibido qualquer fornecimento de serviços de hospedagem na internet que possibilite o funcionamento dos aplicativos no país; de rede de entrega de conteúdo; de trânsito de internet ou pareamento; e de utilização do código constituinte do aplicativo móvel, funções ou serviços no funcionamento do software ou serviços desenvolvidos e/ ou acessíveis dentro dos Estados Unidos.
A medida cumpre o decreto assinado por Trump em 6 de agosto, que dava às empresas chinesas o prazo de 45 dias para vender suas operações nos Estados Unidos à uma empresa norte-americana.
O anúncio veio enquanto a Casa Branca avalia a proposta de parceira pela Oracle e pela chinesa ByteDance, controladora do aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok. A Oracle serviria como “provedor de tecnologia confiável” da ByteDance nos Estados Unidos.
Alguns dias antes do anúncio da parceria, porém, a China mudou suas regras de exportação de tecnologia, de modo que a operação precisa também da aprovação do governo chinês.
Por fim, há relatos de que o Walmart ainda está envolvido nas negociações, e que como parte do plano atual a TikTok faria uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em cerca de um ano.