São Paulo – O Bank of America (BofA) mostrou uma visão otimista para o mercado de telefonia móvel brasileiro, devido à impactos antecipados da consolidação do mercado, sinergias da Oi e redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Os analistas esperam que TIM e Vivo tenham uma forte expansão de suas receitas de serviço móvel (MSR, na sigla em inglês), de 8,3% e 7%, respectivamente, em base anual, enquanto as margens devem ser pressionadas pela inflação mais alta.
O relatório aponta que, no 2T22, a América Móvil, dona da Claro, acelerou o crescimento orgânico da receita de serviço móvel no Brasil para 14%, ante o mesmo período de 2021, sustentando altas adições líquidas e aumentando receita média por cliente (ARPU, na sigla em inglês) em 6%. “Este pode ser um sinal antecipado de um mercado mais racional após a venda dos ativos da Oi, levando a um maior crescimento, que é o principal desafio do setor. Além disso, com a redução do ICMS no 2S22, os preços tendem a cair, levando a uma maior demanda, facilitando o repasse da inflação pelas empresas. Por fim, considerando as potenciais sinergias ainda a serem extraídas do negócio da Oi, vemos uma perspectiva positiva para as grandes operadoras de telecom nos próximos trimestres”, escreveram os analistas.
Em relação à TIM, o BofA destaca o crescimento sólido de MSR apesar de adições líquidas fracas. “A TIM deve apresentar um sólido conjunto de resultados para o 2T22, pois continua tendo sucesso na estratégia de aumentar sua rentabilidade por cliente. Desconsiderando os ativos da Oi, esperamos um crescimento de MSR de +8,3% em base anual, em função de um forte crescimento daARPU em 6,5% ano contra ano e base de usuários de 2%. Para as margens, esperamos uma compressão de -150 pontos-base em base anual (Ex-Oi), por conta da venda da ISystems e inflação mais alta.”
A Vivo deve acelerar o MSR com inflação mais alta, para +7% ante +5,7% em base anual no 1T22, pois deve manter o ritmo de adições líquidas enquanto estabiliza seu ARPU. “Para banda larga, esperamos adições líquidas de +40 mil, já que a fibra mantém o ritmo de expansão e o impacto das tecnologias legadas continua diminuindo. Esperamos que a receita do segmento cresça 11% ano contra ano, devido principalmente a um maior ARPU devido a um melhor mix com mais FTTH (Fiber to the home). Em termos de margens, esperamos alguma pressão de -110 pb em base anual (ex-Oi), em linha com o 1T22 devido aos efeitos da inflação mais alta.”