Tolentino nega à CPI da Pandemia ser sócio oculto do FIB Bank

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Brasília – Em depoimento à CPI da Pandemia, nesta terça-feira, o advogado Marcos Tolentino, dono da Rede Brasil de Televisão, negou ser “sócio oculta” do FIB Bank, empresa fiadora da negociação de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. Tolentino no entanto se valeu do direito de ficar calado e não respondeu sobre suas relações com a empresa.
Tolentino disse não ter “participação na sociedade” do FIB Bank. O advogado confirmou ter relações profissionais com a família Bedetti, sócia de uma empresa acionista do FIB Bank, que ofereceu uma fiança de R$ 80,7 milhões para o contrato da Covaxin. A compra não se concretizou.
Tolentino disse ainda não ter participado das negociações entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos, pois estava internado em São Paulo, no Hospital Sírio-Libanês. “Fui intubado, extubado, fiquei quase 90 dias lá. Tive duas paradas cardíacas, infecção generalizada em todo esse período. Pessoas com quadro semelhante tiveram 2% de chance, e por Deus eu consegui sobreviver”, completou.
O advogado confirmou ter acompanhado o depoimento do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), na CPI da Pandemia. Disse ainda que conhece o presidente Jair Bolsonaro desde a época em que ele era deputado federal, mas que não tem relação com o presidente nem com seus filhos.
Tolentino negou ter recebido o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e Francisco  Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, para tratar de vacina.
O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que o relatório final deve ser apresentado no final da próxima semana. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), no entanto, afirmou que a finalização dos trabalhos pode ser adiada por uma semana, devido a informações que têm chegado à CPI.