Tráfego global de passageiros cresce 31,2% em outubro, diz IATA

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São Paulo, SP – A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgou ontem (5) o balanço sobre o tráfego aéreo de passageiros em outubro, com o tráfego total, medido em receita de passageiro-quilômetro (RPKs), mantendo a tendência ascendente, com alta anual 31,2%, bem próximo aos números pré-pandemia. Os RPKs globais estão apenas 1,8% inferiores aos níveis de 2019.

A oferta total (ASK) cresceu 29,4% na comparação com outubro do ano passado, atingindo 97% dos níveis observados antes da pandemia. Desde maio, o fator de ocupação
de passageiros (PLF) da indústria permaneceu em 83%, próximos dos números pré-pandemia. Em outubro o aumento em relação ao mesmo período de 2022 e 2019 foi de 1,2 ponto percentual e 1 ponto percentual, respectivamente.

Todas as regiões tiveram um forte crescimento no número de passageiros, com Oriente Médio, América do Norte e América Latina superando seus RPKs de 2019 em mais de 6%.
Entretanto, as companhias aéreas africanas e europeias ainda estão, respectivamente, 1,3 ponto percentual e 2,1 pontos percentuais inferior a seus níveis pré-pandémicos. Com alta anual de 90%, as companhias aéreas da Ásia-Pacífico estão menos de 10% abaixo dos níveis pré-pandemia.

Em outubro, o tráfego internacional de passageiros continuou sua tendência ascendente, com os RPKs aumentando 29,7% na comparação anual, apenas 5,6 pontos percentuais inferior aos níveis pré-Covid. Em contrapartida, o tráfego doméstico sofreu recuou ligeiramente, mas continua forte no geral, 4,8% acima dos RPKs registrado em 2019.

O tráfego doméstico de passageiros da China cresceu 252,6% na comparação com outubro de 2022, reflexo do fim das restrições de viagem que afetou o setor até outubro do ano passado. À medida que a procura turística reprimida recua, o crescimento do tráfego de passageiros em relação aos níveis de 2019 desacelerou gradualmente ao longo dos últimos meses e atingiu 6,7% em outubro de 2023.

Na América do Norte e América Latina os níveis de tráfego internacional permaneceram em elevação. As companhias aéreas americanas e latino-americanas tiveram aumentos de 5,2% e 4,8%, respectivamente, na demanda total (RPK) em comparação aos níveis pré-pandemia, impulsionados principalmente por resiliência na demanda de passageiros e no tráfego entre as Américas, Oriente Médio e Europa.

PROJEÇÕES

A IATA afirmou que a rentabilidade das empresas do setor deve se estabilizar no ano que vem. No entanto, espera-se que a rentabilidade líquida a nível global seja bem inferior
ao custo de capital registrado em 2023 e 2024.

A estimativa é que os lucros líquidos da indústria aérea atinjam US$ 25,7 bilhões em 2024 (margem de lucro líquido de 2,7%). Isso representará uma ligeira melhora em relação a 2023, que deverá apresentar um lucro líquido de US$ 23,3 bilhões (margem de lucro líquido de 2,6%).

Tanto em 2023 como em 2024, o retorno do capital investido ficará 4 pontos percentuais abaixo do custo do capital, à medida que as taxas de juro em todo o mundo subiram em
resposta ao forte impulso inflacionista.

Espera-se que os lucros operacionais da indústria aérea atinjam US$ 49,3 bilhões em 2024, contra US$ 40,7 bilhões em 2023, e que as receitas totais em 2024 cresçam 7,6% na comparação com 2023, chegando a US$ 964 bilhões. Já as despesas devem recuar 6,9%, a US$ 914 bilhões. A estimativa é que 4,7 bilhões de pessoas viajem em 2024, acima dos 4,5 bilhões registrados em 2019. Já o volume de carga deverá fechar em 58 milhões de toneladas em 2023, e de 61 milhões de toneladas em 2024.