São Paulo – Os pagamentos feitos por meio de cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 17,3% no primeiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior, movimentando R$ 558,3 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs), que atribuiu o resultado à tendência de recuperação do setor iniciada no segundo semestre de 2020 e ao crescimento de 24,6% em março.
Excluindo a movimentação de R$ 914 milhões em cartão de débito relativa ao pagamento do auxílio emergencial pelo governo federal durante a pandemia, o crescimento total seria de 17,5%.
Entre janeiro e março, R$ 335,9 bilhões foram movimentados em transações com cartões de crédito, alta de 12,8% em base anual, enquanto R$ 204,4 bilhões foram movimentados no débito, expansão de 19,7% na mesma base de comparação e R$ 18,0 bilhões por meio de cartões pré-pagos, elevação de 150,3%.
Em quantidade de transações, foram ao todo 6,5 bilhões de pagamentos com cartões nos três primeiros meses do ano, 11,8% a mais do que no ano anterior. Os gastos de brasileiros no exterior tiveram forte redução de 62,8%, registrando US$ 654,1 milhões (R$ 3,6 bilhões). Já as compras realizadas por estrangeiros no Brasil caíram 42%, somando US$ 585,9 milhões (R$ 3,2 bilhões).
O uso dos cartões na internet, em aplicativos e outros tipos de compras não presenciais cresceu 35% no trimestre, chegando a R$ 120,0 bilhões, reflexo da mudança dos hábitos de consumo na pandemia e impulsionado principalmente pelo desempenho em março (alta de 54%), quando se intensificaram as medidas de isolamento social e restrição de funcionamento de atividades não essenciais em todo o país, segundo a entidade.
No período, os pagamentos por aproximação por meio da tecnologia Near Field Communication (NFC) movimentaram R$ 18,6 bilhões, uma elevação de 372,0% em base anual de comparação.
O índice de inadimplência do cartão de crédito apresentou quedas consecutivas ao longo dos últimos meses e chegou ao seu menor patamar em março, de 4,2%. Segundo a Abecs, é a primeira vez na série histórica divulgada pelo Banco Central (iniciada em março de 2011) que esse indicador do cartão se iguala à taxa média de inadimplência da pessoa física, que inclui outras categorias de empréstimo em recursos livres, como crédito consignado, crédito pessoal, aquisição de veículos, cheque especial e arrendamento mercantil.