Transparência no uso do dinheiro público é de interesse do Brasil, diz Wagner sobre acordo para emendas

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São Paulo, 21 de agosto de 2024 – O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, disse hoje, em entrevista à Globonews, ao comentar o acordo fechado ontem entre os Três Poderes sobre as emendas parlamentares, “que é de interesse do Brasil, e não só do governo, que o dinheiro público tenha grau de transparência maior”. Segundo ele, o volume de emendas cresceu muito nos últimos anos, fora de qualquer padrão internacional.

 

Sobre as acusações do Legislativo de que Executivo e Judiciário estariam agindo em conjunto, Wagner afirmou que ” se houve jogo combinado, eu não participei. Desconheço jogo combinado”. Wagner acrescentou que a questão da impositividade das emendas foi se escalando e que o uso do dinheiro público está muito pulverizado. “Não estamos livres do problema fiscal. Ao contrário”, lembrou.

 

Wagner admitiu que há um sentimento no Legislativo que há protagonismo demais do Supremo Tribunal Federal e que ainda “estamos em um ambiente tenso”. Para ele, é necessário que seja reencontrada a harmonia entre os poderes, que foi dilacerada. “As decisões foram um choque e tomadas como uma invasão pelo Congresso. Na avaliação do líder, a tendência é de que a relação seja distencionada e o acordo fechado ontem leva a isso.

 

Wagner acrescentou que o acordo depende de regulamentação e combinações a serem definidas nos próximos dez dias. “A reunião de ontem foi extremamente positiva. A origem do tensionamento não é a questão das emendas. Parte da oposição quer que o problema persista”.

 

O senador disse que a base do governo é ampla e plural e que o tamanho desta depende do assunto.

 

Sobre a sucessão no comando da Câmara e do Senado, Wagner disse que o governo não pode se dar o luxo de perder. “O governo não pode ter um adversário no comando das casas. A obrigação do governo é procurar alguém compromissado a ser um magistrado. Não acho que isso seja impossível”, completou, reiterando que o governo retomou o protagonismo na questão das emendas parlamentares.

 

Substituição na presidência do BC

 

Jaques Wagner disse que há uma convicção sobre a substituição no comando do Banco Central: a situação que está não é boa para o Brasil. Admitiu que o nome do atual diretor de política monetária da instituição, Gabriel Galípolo, está em alta para substituir Roberto Campo Neto. “Não sei se será ele. Não sou eu que escolho”, ponderou.

 

O senador afirmou que não vê problemas atualmente para que o nome de Galípolo seja aprovado no Senado. “Para mim, a indicação de Galípolo pode ocorrer antes da eleição, evitando desgaste no processo. Todo mundo concorda que é melhor apontar o caminho para a substituição no BC”, completou.

 

Na opinião de Wagner, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indique o substituto de Campo Neto, “a coisa será rápida e deve ocorrer antes do processo eleitoral. Há um entendimento que a sabatina deva ser rápida”, concluiu.

 

Dylan Della Pasqua / Safras News

 

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