São Paulo – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira que o bilionário dos Emirados Árabes Unidos, Hussain Sajwani, investirá pelo menos US$ 20 bilhões em data centers nos Estados Unidos. Durante uma coletiva de imprensa em Mar-a-Lago, Trump destacou que essa decisão de investimento foi “inspirada” por sua eleição. Descrito pelo republicano como um “cavalheiro muito respeitado”, Sajwani é o proprietário da DAMAC Properties, uma proeminente empresa de desenvolvimento imobiliário com sede em Dubai.
De acordo com Trump, o investimento inicial de US$ 20 bilhões poderia aumentar, possivelmente dobrando esse valor, dependendo do sucesso e da expansão do projeto. O ex-presidente destacou que a iniciativa vem em um momento crítico para os Estados Unidos, que enfrentam uma série de desafios econômicos e sociais herdados do governo de Joe Biden.
Segundo Trump, Biden deixou o país em uma “situação difícil”. Em seu discurso, ele afirmou que a inflação permanece alta, e as taxas de juros estão excessivamente elevadas, prejudicando a recuperação econômica. “Estamos herdando uma situação difícil, a inflação continua alta, e as taxas de juros estão altas demais”, comentou.
O presidente eleito se comprometeu a reverter a proibição de perfuração offshore imposta pela atual administração, prometendo aumentar a produção de energia nacional, o que, segundo ele, reduzirá os custos de energia a níveis significativamente mais baixos. “Vamos perfurar muitos outros locais, e os custos de energia vão cair muito. Eles serão reduzidos a um nível muito baixo”, afirmou Trump.
No aspecto econômico, Trump projetou uma recuperação rápida após sua posse, afirmando que em 20 de janeiro – a data em que assume oficialmente o cargo – ele promoverá uma virada na economia dos EUA. “Vamos recuperar a economia muito rapidamente”, disse ele, destacando que a inflação está em níveis recordes e que isso afetou a vida dos estadunidenses de maneira única. “Temos inflação em um nível que nunca tivemos antes. Nunca houve nada parecido”, declarou.
Trump também destacou que desde sua vitória eleitoral, o mercado de ações tem se comportado positivamente, com “recordes sendo estabelecidos”, o que, segundo ele, reflete a confiança no seu governo futuro. Para ele, o mercado já está mostrando sinais de recuperação e acredita que, nos próximos quatro anos, os EUA terão um crescimento econômico robusto, com os Estados Unidos “decolando como um foguete”.
O ex-presidente também fez duras críticas ao México, enfatizando que o país, devido à sua proximidade geográfica com os Estados Unidos, deve tomar medidas para impedir a entrada de imigrantes ilegais. Ele sugeriu até mesmo uma mudança no nome do Golfo do México para “Golfo da América”, alegando que seria um nome mais apropriado, dado o impacto que o México tem nas questões fronteiriças. “Vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, que tem um belo anel que cobre grande parte do território. O Golfo da América, que nome lindo. E é apropriado. É apropriado”, afirmou.
Além disso, Trump prometeu impor tarifas pesadas ao México e ao Canadá se os dois países não tomarem medidas mais rigorosas para controlar o fluxo de imigrantes ilegais para os Estados Unidos. “Eles podem detê-los e vamos impor tarifas muito sérias ao México”, disse, reforçando sua política de fronteiras rígidas e de pressão econômica sobre os países vizinhos.
O republicano também abordou a questão internacional, criticando a abordagem de Biden para com a Rússia e a Ucrânia. Ele observou que, durante anos, o presidente Vladimir Putin expressou preocupações sobre a Ucrânia se aproximando da OTAN. Trump afirmou que, ao permitir que a Ucrânia ingressasse na aliança, Biden contribuiu para o agravamento da situação, resultando no conflito em andamento. “Quando ouvi a maneira como Biden estava negociando, disse que isso acabaria em uma guerra, e acabou sendo uma guerra”, disse Trump, referindo-se ao atual conflito entre Rússia e Ucrânia.
Além disso, Trump fez um comentário sobre a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão, qualificando-a como “mal conduzida” e afirmando que a decisão estratégica deixou uma brecha que foi explorada pela Rússia ao invadir a Ucrânia. “E por isso, acho que a Rússia foi e atacou a Ucrânia quando viu isso”, comentou Trump, responsabilizando a gestão Biden pela deterioração das relações com a Rússia.
Em relação ao Oriente Médio, Trump reiterou seu compromisso de agir rapidamente em questões de reféns. Ele, que nomeou o empresário nova-iorquino Steven Witkoff como seu enviado especial para a região, disse que “o inferno vai explodir no Oriente Médio se os reféns não forem devolvidos até eu assumir o cargo”.
