São Paulo – A recente tensão entre Estados Unidos e China não dá sinais de arrefecimento. O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a elevar o tom sobre Pequim em meio às acusações de disseminação do novo coronavírus e ao risco de anulação do acordo comercial de primeira fase assinado entre as duas maiores economias do mundo em janeiro.
“Como já disse há muito tempo, lidar com a China é algo muito caro a se fazer. Acabamos de fechar um ótimo acordo comercial, a tinta estava quase seca e o mundo foi atingido pela peste da China. 100 acordos comerciais não fariam a diferença – e todas aquelas vidas inocentes perdidas”, disse Trump no Twitter.
A declaração faz parte de mais um capítulo da complicada relação entre Washington e Pequim. Autoridades norte-americanas, incluindo Trump, passaram a acusar os chineses de falhar no controle do novo coronavírus, chegando até mesmo a sugerir que a China deixou a doença se espalhar pelo mundo de maneira deliberada para prejudicar a economia norte-americana.
Os Estados Unidos têm os maiores números de covid-19 no mundo. De acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins, o país tem mais de 1,3 milhão de infectados e o número de mortos passa de 82 mil.
A briga entre as duas maiores economias do mundo na saúde tem esbarrado no comércio, com muitos especialistas e investidores temendo que a China abandone os compromissos firmados no acordo de primeira fase, que prevê a compra por Pequim de bilhões de dólares em produtos norte-americanos.
Nesta semana chegou a circular a notícia de que autoridades chinesas estariam considerando pedir uma revisão do pacto, mas Trump negou a disposição em renegociar o acordo comercial.
Além disso, ontem um grupo de senadores apresentou um projeto de lei que permite ao presidente norte-americano adotar sanções contra a China pela crise gerada pela covid-19.