São Paulo – A rejeição popular ao caótico primeiro debate presidencial nos Estados Unidos e a estratégia de silenciar o microfone dos candidatos parece ter dado resultado: o último enfrentamento entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o rival democrata Joe Biden aconteceu na noite de ontem em um ambiente mais ameno, embora com muitas trocas de acusações.
Biden chegou ao palco do encontro, sediado pela Universidade Belmont, em Nashville, usando uma máscara facial, enquanto Trump chegou sem proteção. Assim como no primeiro debate, ambos não se cumprimentaram e permaneceram distantes seguindo as regras de distanciamento pela covid-19.
Por 90 minutos, os dois candidatos à Casa Branca discutiram seis temas centrais, divididos em blocos de 15 minutos: pandemia do novo coronavírus, segurança nacional, famílias norte-americanas, imigração, questão racial e mudança climática.
Trump fez promessas sobre a vacina da covid-19, acusou o rival de receber dinheiro da Rússia e da Ucrânia e se disse vítima de uma campanha democrata que o acusou de conluio com Moscou. O presidente norte-americano também se defendeu da polêmica de uma suposta conta bancária na China, a qual ele disse que foi fechada antes de concorrer pela primeira vez.
Já Biden tentou expor as fraquezas de Trump apontada pelas pesquisas de opinião: a falha na gestão da pandemia. O democrata também lembrou da ausência das declarações de imposto de renda do chefe da Casa Branca e se defendeu de acusação de que seu filho Hunter teria negócios escusos na Ucrânia.
PLANOS DE GOVERNO
Diferente do primeiro encontro direto, no qual os dois candidatos falavam ao mesmo tempo e só se acusaram, no debate de ontem, Trump e Biden se preocuparam em apresentar seus planos de governo.
Os dois candidatos apresentaram propostas mais concretas para a saúde, política externa, famílias norte-americanas, imigração e meio ambiente.
Em linhas gerais, Trump sinalizou que dará continuidade às medidas iniciadas há quatro anos, quando assumiu, enquanto Biden disse que romperia com a maioria das políticas atuais, retomando e aprimorando o trabalho de Barack Obama.
O debate terminou com mensagens dos dois candidatos aos eleitores norte-americanos. Trump defendeu a pujança da economia dos Estados Unidos e uma recuperação sólida, enquanto Biden falou em união para a construção de um país melhor.
“Vamos reconstruir a economia da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. [Biden] quer aumentar impostos e vai destruir a economia se vencer”, disse Trump.
“Eu serei o presidente de todos vocês, vamos escolher a esperança e não o medo, a ciência e não a ficção. Podemos fazer as coisas melhores, lidar com o racismo sistêmico, gerar empregos com energia limpa. É o que vamos fazer. O que está em jogo é o caráter, garantir que todos tenham uma chance igual. Vocês não tiveram essa chance nos últimos quatro anos”, terminou Biden.