Trump muda tom, diz que economia está em segundo plano e coloca saúde como prioridade

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São Paulo – A prioridade do governo norte-americano é a saúde da população, segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicando que a economia neste momento está em segundo plano.

“Eu sei que a economia vai sofrer o impacto do novo coronavírus, mas para mim a economia ocupa o segundo lugar na minha lista. A saúde é minha prioridade neste momento”, afirmou.

Falando em coletiva de imprensa, Trump disse que confia na recuperação da economia norte-americana. “Agora, o que importa é salvar a vida das pessoas”, concluiu.

Para isso, o governo norte-americano manterá as medidas restritivas adotadas por conta da pandemia do novo coronavírus, entre elas as suspensões das viagens ao exterior, e pode endurecer ainda mais as regras de circulação de pessoas para impedir a disseminação da covid-19.

“Amanhã detalharemos as medidas. Muitas delas permanecerão e podemos ainda anunciar novas medidas, ainda mais duras”, afirmou Trump em coletiva nos jardins da Casa Branca.

MANUTENÇÃO DO ISOLAMENTO SOCIAL

Segundo o presidente norte-americano, os próximos 30 dias serão desafiadores para os Estados Unidos. “O tempo é precioso e precisamos combater esse mal o mais rápido possível para que a economia seja retomada em todo o seu vigor, até melhor do que antes”, acrescentou.

Ainda assim, Trump pediu que as pessoas continuem em casa. “Isso não é uma coisa que me aborrece. As pessoas precisam ficar em casa nesse momento, é o que deve ser feito agora”, afirmou.

Questionado sobre medidas duras adotadas por alguns governadores, que chegaram a proibir a saída de casa por sete dias, Trump disse que os estados têm autonomia para estabelecer medidas mais rígidas de isolamento social com a consultoria, mas sem a interferência do governo federal.

BLOQUEIO TOTAL DO PAIS

Trump confirmou ainda que seu governo estudou a possibilidade de adoção de um bloqueio total do país, mas a medida ainda não deve ser anunciada. A declaração desfaz uma posição assumida por Trump na semana passada, quando ele disse que gostaria de reabrir a economia até 12 de abril. No final de semana, no entanto, ele acabou ampliando as restrições até 30 de abril.

“[O bloqueio total do país] é algo que eu não gostaria de anunciar, mas se precisarmos dele para combater o novo coronavírus, adotaremos”, disse Trump. “Assim que decidirmos pelo bloqueio total, todos serão informados”, acrescentou.

De acordo com os últimos dados da Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos concentram o maior número de pessoas infectadas no mundo, com um total de 159.184 casos e 2.945 mortes, com 790 delas apenas na cidade de Nova York, epicentro da doença no país.