Trump retorna à campanha após testar negativo para covid-19

679

São Paulo, 13 de outubro de 2020 – O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou à campanha pela primeira vez na noite de ontem após testar negativo para a covid-19 por duas vezes. O local escolhido para a primeira aparição oficial do chefe da Casa Branca após ser contaminado com a doença, no início do mês, foi a Flórida, ontem realizou um comício ao ar livre.

Segundo Trump, ele estava imune ao novo coronavírus – declaração que foi alvo de uma marcação no Twitter por conter informação incerta sobre a doença. “Eu me sinto tão poderoso”, disse ele. “Vou beijar todo mundo nessa plateia. Vou beijar os homens e as mulheres bonitas. Basta dar um beijo grande e gordo”, afirmou.

Apesar da empolgação do presidente norte-americano, o principal especialista em doenças infecciosas da Casa Branca, o doutor Anthony Fauci, disse em uma entrevista à CNN na noite de ontem que realizar tal evento, mesmo ao ar livre, era “chamar problemas”.

“Agora é o pior momento para fazer isso porque quando você vir o que está acontecendo nos Estados Unidos, é realmente muito problemático. Vários estados, agora, estão tendo um aumento nos testes positivos”, afirmou Fauci.

Os Estados Unidos têm 7,8 milhões de casos de covid-19 e mais de 215 mil mortes, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Na sexta-feira, o país voltou a bater recorde de infectados, com mais de 57 mil por dia. Ontem, essa taxa baixou para 41,6 mil, ainda segundo a Johns Hopkins.

OS TESTES DE TRUMP

Em um memorando publicado ontem, o médico da Casa Branca, Sean Conley, disse que Trump testou negativo para a covid-19 em dias consecutivos, mas não especificou a data das testagens. Segundo Conley, os testes e outros indicadores mostraram que o presidente norte-americano não poderia mais transmitir a doença para outras pessoas.

Ainda segundo o documento, Trump foi testado com o BinaxNOW Covid-19 Ag Card, da Abbott Laboratories. A Food and Drug Administration (FDA, equivalente à Anvisa no Brasil) atribuiu uma autorização de utilização de emergência à Abbott relativa ao teste rápido de resposta ao antígeno da covid-19.

“É importante notar que este teste não foi o único a ser usado para determinar o atual estado negativo do presidente”, disse Conley no comunicado.