São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem à noite medidas para conter a disseminação do coronavírus no país, entre elas uma proibição de 30 dias aos voos que chegam ao território norte-americano vindos da Europa.
“As novas regras entram em vigor à meia-noite de sexta-feira. Estas restrições serão ajustadas de acordo com as condições” observadas, afirmou Trump em um pronunciamento.
Ele disse que os cidadãos americanos que passaram por testes “apropriados” estão imunes à proibição, que se aplicarão também a cargas vindas do Velho Continente. “Qualquer coisa vinda da Europa para os Estados Unidos é do que estamos falando. Estas restrições não serão aplicáveis ao Reino Unido”, afirmou.
Trump disse que o governo norte-americano está monitorando a situação na China e na Coreia do Sul e que, conforme o número de casos do coronavírus naqueles países diminuir, “iremos reavaliar as restrições e alertas que atualmente estão em vigor para potencial reabertura antecipada”.
O presidente dos Estados Unidos também prometeu adotar medidas emergenciais “sem precedentes” para garantir que as pessoas que precisarem ficar em casa por causa do vírus recebam auxílio financeiro. “Ela será voltada para os trabalhadores que estão doentes, em quarentena ou cuidando de outros por causa do coronavírus.”
“Nossos bancos e instituições financeiras estão totalmente capitalizados e incrivelmente fortes. Nosso desemprego está numa mínima histórica. Esta vasta prosperidade econômica nos dá flexibilidade, reservas e recursos para lidar com qualquer ameaça que enfrentemos. Esta não é uma crise financeira, é só um momento temporário que vamos superar juntos como nação e como um mundo.”
Trump também prometeu usar a Administração de Pequenas Empresas para oferecer capital e liquidez para as empresas afetadas pelo coronavírus na forma de empréstimos com juros baixos nas regiões afetadas. Ele pedirá ao Congresso um aumento de US$ 50 bilhões no orçamento deste programa para ajudar as companhias.
Além disso, “usando autoridade de emergência, vou instruir o Departamento do Tesouro a adiar pagamentos de impostos, sem cobrança de juros ou penalidades, para alguns indivíduos e empresas negativamente afetados. Esta ação dará mais de US$ 200 bilhões em liquidez adicional à economia”, disse ele.
Trump também instou o Congresso a autorizar uma desoneração da folha de pagamentos.
O presidente dos Estados Unidos também lembrou que, antes do discurso, havia fechado um acordo para que as empresas de seguro-saúde isentassem os clientes da cobrança de coparticipação em tratamentos relacionados ao coronavírus e ampliassem a cobertura dos seguros para incluir estas terapias.
Trump também mencionou as reduções nas barreiras regulatórias para o desenvolvimento de uma vacina e a liberação de US$ 8,3 bilhões para o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) a combater o coronavírus.
Ele também tentou acalmar a população, afirmando que para a maioria dos americanos “o risco é muito, muito baixo. As pessoas jovens e saudáveis podem esperar uma recuperação completa e rápida se pegarem o vírus. O maior risco é para a população mais velha com outras condições de saúde. A população mais idosa precisa tomar muito, muito cuidado”, afirmou.
Trump recomendou a asilos que suspendam todas as visitas desnecessárias e desaconselhou viagens a locais com multidões.