Brasília – A partir das eleições de 2022, além dos boletins de urna, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passará a publicar em seu portal na internet arquivos do registro digital do voto (RDV) e dos movimentos nas urnas eletrônicas desde o momento em que os aparelhos são ligados. Até agora esses documentos eram restritos a entidades fiscalizadoras, como Ministério Público, partidos políticos, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Polícia Federal (DPF).
A medida foi anunciada hoje no ciclo de palestras de apresentação do sistema eleitoral brasileiro a profissionais da imprensa e participantes pré-inscritos na edição de 2021 do Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS). Os participantes vão conhecer o sistema eleitoral e verificar as linhas de códigos para subsidiar os planos de ataque que serão colocados em prática no teste. As informações são da Assessoria de Comunicação do TSE.
Segundo o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Julio Valente, a inspeção dos códigos-fonte é essencial para que os participantes possam conhecer os softwares eleitorais e traçar as estratégias que serão adotadas durante o TPS. “Isso dá transparência total porque eles estão tendo acesso a todos os códigos-fonte e a todos os programas que são instalados nas urnas eletrônicas brasileiras”, afirmou.
As urnas eletrônicas estiveram no centro dos debates políticos até o mês de agosto deste ano. O presidente Jair Bolsonaro questionou a segurança das urnas eletrônicas e defendeu o voto impresso a partir dos dados registrados nos aparelhos pelos eleitores. Uma proposta de emenda constitucional, apresentada pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), tramitou na Câmara dos Deputados, mas foi rejeitada.