Tudo está indo a favor de uma queda de juros mais acentuada, diz Tebet

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Simone Tebet/Divulgação

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou em entrevista ao programa Em Ponto, da GloboNews hoje (30) mais cedo, que as condições para uma queda nos juros estão mais favoráveis.

“Tudo está indo de encontro a uma queda de juros mais acentuada, se levarmos em consideração a inflação em queda, o crescimento do PIB maior que o esperado, a queda dos juros de longo prazo. Todas as situações macroeconômicas, aliadas ao fato de o presidente Lula escolher pessoas com pensamentos distintos para sua equipe econômica, o cenário é positivo para uma queda de juros a partir de agosto”, afirmou.

Tebet disse que a diretoria do Banco Central (BC) já tem um reconhecimento da situação atual diferente do que há ano, quando a inflação estava a 10%. “Hoje o processo é inverso, a inflação está em queda”.

A ministra afirmou estar otimista com a aprovação do arcabouço fiscal, que volta à Câmara dos Deputados, depois de ter passado pelo Senado com algumas alterações. “Vamos acatar a decisão da Câmara. As alterações foram necessárias para que possamos colocar as despesas públicas condicionadas à inflação”.

Sobre o projeto de incentivo à compra de carros populares, Tebet disse que a proposta serve mais como um paliativo que prolonga a presença dos trabalhadores nas linhas de produção das montadoras, mas que é a Reforma Tributária que vai trazer soluções definitivas.

“O problema atual é o sistema tributário caótico que temos. Se não aprovarmos a Reforma Tributária, que simplifique os impostos para o setor industrial, continuaremos fechando postos de trabalho. Ela vai reativar a indústria e torná-la mais robusta. Dá para falar até em neoindustrialização no Brasil”.

Sobre a opinião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre democracia, que ele diz ser um conceito relativo, ela disse ter uma opinião semelhante ao presidente. Por outro lado, a respeito da Venezuela, sua fala diverge de Lula. “Minha opinião é que a Venezuela não respeita direitos fundamentais, de liberdade de expressão, de cidadãos fazerem suas críticas. Um governo que impeça esse direito não é um governo democrático”.