Ucrânia vai levar dois meses para restaurar operação da usina nuclear de Zaporizhzhia

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A Energoatom, empresa estatal que gerencia as usinas nucleares da Ucrânia, anunciou hoje (18) que o país vai levar pelo menos dois meses para restaurar as atividades da usina de Zaporizhzhia, a maior da Europa.

“As forças especiais ucranianas precisarão de pelo menos dois meses para desarmar todos os dispositivos explosivos. Os invasores transformaram propositalmente a maior usina nuclear da Europa em uma base militar”, diz a nota da empresa no seu canal no Telegram.

Mais cedo, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou que vai instalar, de forma permanente, equipes de especialistas nas quatro usinas atômicas da Ucrânia. “Eles fornecerão assistência técnica e ajudarão a reduzir os perigos nucleares durante o conflito em andamento”, disse a AIEA em sua conta no Twitter.

A Energoatom afima que houve um desligamento de todas as unidades produtoras de energia de Zaporizhzhia, devido à falta de manutenção dos equipamentos. “A estação não produz eletricidade, mas apenas a consome do sistema energético ucraniano [cerca de 100 MW para suas próprias necessidades]”, diz a nota da estatal.

Se houver algum ataque à última linha que liga a usina ao sistema elétrico ucraniano, a unidade entrará em blackout, segundo a empresa. Neste caso, os geradores a diesel são ligados, para manter a refrigeração dos equipamentos e evitar acidentes nucleares.

“Restaurar a segurança da central nuclear de Zaporizhzhia e devolvê-la ao estado normal só é possível após a liberação completa da própria usina e do território dos invasores russos e a transferência do controle da usina para a Energoatom”, conclui.