UE abre investigação contra Google por tecnologia de publicidade

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São Paulo – A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE) abriu uma investigação formal para avaliar se a Google abusou de sua posição dominante e violou regras de concorrência ao favorecer seus próprios serviços de tecnologia de publicidade.

A investigação examinará se a Google, controlada pela Alphabet, está distorcendo a concorrência ao restringir o acesso de terceiros aos dados do usuário para fins publicitários em sites e aplicativos, ao mesmo tempo que reserva esses dados para seu próprio uso.

“Os serviços de publicidade online estão no centro de como a Google e os editores monetizam seus serviços online”, disse a vice-presidente executiva Margrethe Vestager, responsável pela política de concorrência. “Estamos preocupados com o fato de o Google ter tornado mais difícil para os serviços rivais de publicidade online competirem”.

Ela destacou que a Google coleta dados a serem usados para fins de publicidade direcionada, vende espaço publicitário e também atua como intermediário de publicidade online, estando presente em quase todos os níveis da cadeia de suprimentos de publicidade gráfica online.

“Também examinaremos as políticas do Google sobre rastreamento de usuários para garantir que estejam de acordo com a concorrência leal”, disse ela. “A igualdade de condições é essencial para todos na cadeia de abastecimento”, concluiu.

A UE pode apresentar acusações formais que podem levar a multas de até 10% da receita anual global de uma empresa e pedidos de mudança de comportamento, caso sejam comprovadas irregularidades.

Segundo a Comissão Europeia, os gastos com publicidade online na UE foram estimados em aproximadamente 20 bilhões de euros em 2019, e a Google fornece vários serviços de tecnologia de publicidade.

A investigação contra a Google vem após a UE apresentar em abril acusações formais contra a Apple por distorcer a concorrência no mercado de streaming de música. Em novembro de 2020, a UE abriu uma ação antitruste contra a Amazon, acusando-a de usar dados não públicos coletados de vendedores terceiros para competir injustamente com eles.

A UE já aplicou multas no valor de 9 bilhões de euros contra a Google entre 2015 e 2018, por violações das regras de concorrência do bloco.