União confirma candidatura de Thronicke; onze nomes se apresentam na corrida presidencial

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Brasília – No último dia para a realização das convenções partidárias, o União Brasil confirmou a candidatura da senadora Soraya Thronicke (União-MS) à Presidência da República, com o economista Marcos Cintra, ex-deputado federal e ex-secretário da Receita Federal, como vice, em uma chapa puro sangue. Com a decisão do União Brasil, chegam a onze os postulantes ao Palácio do Planalto.

Após a oficialização de sua candidatura, a senadora criticou a polarização política no país, hoje representada pela disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O radicalismo fez o Brasil andar para trás. Precisamos de alguém na Presidência com liberdade para governar, sem amarras ideológicas. Minha aliança é com a democracia, é com o povo brasileiro”, disse.

A senadora foi eleita pelo PSL, partido que também elegeu Bolsonaro, mas se afastou do bolsonarismo durante a pandemia da Covid-19, ao discordar de ações do governo federal. Após a fusão do PSL e do DEM, em outubro do ano passado, a senadora não seguiu Bolsonaro para o PL e preferiu ficar na nova sigla.

O União Brasil é o partido com maior participação no Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), que neste ano vai distribuir R$ 4,9 bilhões durante o período eleitoral. Com a maior bancada na Câmara dos Deputados, o União Brasil tem direito a cerca de R$ 782,5 milhões. A sigla, que também tem o maior tempo de TV, definiu como prioridades na campanha presidencial as áreas de saúde, combate à inflação e geração de emprego e renda.

Além de Thronicke, Bolsonaro e Lula, foram oficializadas as candidaturas de Ciro Gomes (PDT), Leonardo Péricles (Unidade Popular), Simone Tebet (MDB), Felipe d’Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU) e José Maria Eymael (Democracia Cristã). A candidatura de Pablo Marçal (Pros), que foi confirmada na convenção do dia 31 de julho, está suspensa.

O Pros vive um dilema interno protagonizado por Eurípedes Júnior e Marcus Holanda, que disputam o comando do partido desde 2019. Eurípedes é favorável à aliança com Lula, enquanto Holanda defende manter a candidatura própria. A briga pelo comando da legenda chegou às instâncias superiores do Poder Judiciário. Pela decisão mais recente, a presidência do Pros voltou para Eurípedes Júnior.

O deputado André Janones (Avante-MG), que teve a candidatura homologada pelo partido, desistiu de concorrer à Presidência da República, e declarou apoio a Lula. Com isso, a coligação do petista, integrada por PT, PSB, PV, PCdoB, Rede, PSol e Solidariedade, conquista o apoio do Avante e do Agir.

Superada a fase das convenções, os partidos têm de enviar à Justiça Eleitoral a ata e a lista dos presentes no encontro, bem como os pedidos de registro dos candidatos e da inscrição no CNPJ das candidaturas, até o próximo dia 15 de agosto. A solicitação da inscrição no CNPJ é feita pela Justiça Eleitoral à Secretaria da Receita Federal. Somente depois de emitido o CNPJ, os partidos podem registrar gastos eleitorais usando recursos do fundo e das doações.

A partir do dia 16 de agosto, os candidatos estão oficialmente autorizados a colocarem a campanha eleitoral nas ruas. A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão terá início no dia 26 de agosto.