União Europeia apresenta plano para fortalecer competitividade global em IA, energia e biotecnologia

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A Comissão Europeia apresentou um plano para reverter o declínio industrial do bloco e fortalecer sua competitividade global, especialmente em setores como inteligência artificial, biotecnologia e energia. O Competitive Compass, uma espécie de roteiro para os próximos dois anos, propõe reduzir burocracias e custos de energia, além de impulsionar indústrias tradicionais como aço e automóveis. O documento adverte que aceitar um declínio econômico gradual levaria a uma “agonia lenta”, refletindo preocupações do ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, cujo relatório de 2024 serviu de base para a estratégia.

No dia 26 de fevereiro, a União Europeia lançará o Clean Industrial Deal, um plano de longo prazo para descarbonizar indústrias intensivas em energia e expandir a produção de tecnologia limpa. Na mesma data, serão apresentadas propostas para reduzir exigências burocráticas para empresas, como regras de relatórios de sustentabilidade e normas de diligência devida. O objetivo é cortar a carga regulatória em pelo menos 25% e reduzir custos empresariais em 37,5 bilhões de euros ao longo de cinco anos.

A estratégia também propõe priorizar empresas europeias em licitações públicas e fortalecer a coordenação entre os países do bloco em infraestrutura energética e digital. Além disso, sugere a criação de um mercado europeu integrado para o setor de defesa e a realização de compras conjuntas de matérias-primas críticas. O plano busca facilitar o acesso de empresas inovadoras ao mercado único e ao financiamento, garantindo um ambiente mais favorável ao crescimento tecnológico e industrial.

O plano da Comissão enfrenta pressões políticas e empresariais para amenizar ou adiar regulações climáticas recentemente aprovadas. A França, por exemplo, propôs suspender a diretiva europeia de diligência corporativa e adiar em dois anos as novas regras de relatórios de sustentabilidade. Além disso, a União Europeia deve lidar com desafios da nova administração dos EUA, sob Donald Trump, que promete desregulamentar o ambiente corporativo americano. No setor automotivo, a Comissão realizará um diálogo estratégico nesta quinta-feira para discutir possíveis flexibilizações nas metas de emissões de CO2 para 2025, buscando garantir a competitividade da indústria sem comprometer os objetivos ambientais.