União Europeia impõe sanções ao gás da Rússia pela primeira vez

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Foto: União Europeia

A União Europeia (UE) impôs sanções ao gás russo pela primeira vez. O pacote, o 14º contra a Rússia devido à sua guerra na Ucrânia, proíbe a reexportação de gás natural liquefeito (GNL) russo em águas da UE, mas não proíbe as importações, como a UE fez em 2022 para o petróleo russo transportado por mar. Alguns países da UE ainda importam gás via gasoduto da Rússia através da Ucrânia.

Especialistas do mercado de gás afirmam, no entanto, que a medida terá pouco impacto, pois os transbordos de gás via portos da UE para a Ásia representam apenas cerca de 10% das exportações totais de GNL da Rússia. O pacote também sanciona três projetos de GNL russos e inclui uma cláusula destinada a permitir que Suécia e Finlândia cancelem contratos de GNL russos. A Bélgica, que detém a presidência rotativa da UE até 1º de julho, afirmou nas redes sociais que o pacote “maximiza o impacto das sanções existentes ao fechar brechas”.

A Comissão Europeia afirmou que este pacote “atingirá duramente a Rússia”, privando-a de tecnologias-chave, receitas energéticas adicionais e lidando com a frota e rede bancária no exterior do presidente Vladimir Putin.

Os países debateram as novas medidas por mais de um mês e, finalmente, suavizaram uma das propostas da Comissão, destinada a evitar ainda mais a circunvenção, por solicitação da Alemanha. A medida eliminada teria forçado subsidiárias de empresas da UE em países terceiros a proibir contratualmente a reexportação de seus bens para a Rússia. A UE está interessada em interromper o fluxo de tecnologia de uso duplo, como chips de máquinas de lavar que poderiam ser usados pela Rússia para fins militares. Um diplomata da UE ouvido pela agência Reuters disse que a Alemanha pediu uma avaliação de impacto, e a medida poderia ser incluída posteriormente.

O pacote também endurece as medidas contra a frota fantasma que transporta petróleo russo fora do teto de preços do petróleo russo estabelecido pelo Grupo dos Sete (G7). Países da UE adicionaram petroleiros à lista de entidades sancionadas, bem como pelo menos dois navios de propriedade russa que transportam equipamentos militares da Coreia do Norte, disseram diplomatas.

No geral, 47 novas entidades e 69 indivíduos foram adicionados à lista de sanções da UE, totalizando 2.200 organizações. O pacote deve ser formalmente aprovado quando os ministros das Relações Exteriores da UE se reunirem na segunda-feira, disseram os diplomatas.