A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi
reeleita para um segundo mandato após prometer criar uma “união de defesa” continental e manter o
curso na transição verde da Europa enquanto ameniza seu impacto sobre a indústria. Os membros do
Parlamento Europeu apoiaram a candidatura de von der Leyen com 401 votos a favor e 284 contra, em
uma votação secreta na câmara de 720 membros.
Em seu discurso no Parlamento em Estrasburgo, von der Leyen delineou um programa focado na
prosperidade e segurança, moldado pelos desafios da guerra da Rússia na Ucrânia, competição
econômica global e mudanças climáticas. Ela enfatizou a importância de não recuar na
transformação econômica da União Europeia (UE) para combater as mudanças climáticas, um
compromisso-chave para os legisladores verdes, que se uniram aos grupos de centro-direita,
centro-esquerda e liberais em seu apoio.
Von der Leyen, ex-ministra da defesa da Alemanha de centro-direita, prometeu criar uma
“verdadeira União Europeia de Defesa”, com projetos emblemáticos em defesa aérea e cibernética.
Esses planos foram criticados pelo Kremlin, que os considerou reflexo de uma “militarização e
confrontação”. Ela também criticou a visita recente do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban ao
presidente russo Vladimir Putin em Moscou como uma “missão de apaziguamento”, recebendo amplo apoio
dos legisladores.
A política de defesa na Europa tradicionalmente tem sido domínio dos governos nacionais e da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No entanto, após o ataque da Rússia à
Ucrânia e em meio à incerteza sobre quanto a Europa poderá contar com os Estados Unidos para sua
proteção, caso Donald Trump vença as eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro, a
Comissão Europeia busca promover mais projetos europeus de defesa conjunta.
Von der Leyen também prometeu uma série de políticas climáticas, incluindo uma meta
legalmente vinculativa da UE de reduzir as emissões em 90% até 2040, em comparação com os
níveis de 1990. Ela também prometeu novas medidas para ajudar as indústrias europeias a
permanecerem competitivas enquanto investem na redução de emissões.
A reeleição de von der Leyen proporciona continuidade na União Europeia em um momento de
desafios externos e internos, incluindo o crescente apoio a partidos políticos de extrema-direita e
eurocéticos no bloco de 27 nações. Nas próximas semanas, ela proporá sua equipe de
comissários, que passarão por audiências individuais antes de uma votação final sobre toda a
Comissão ainda este ano.