Uso de Forças Armadas no Ceará é por tempo limitado, diz Bolsonaro

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São Paulo – O uso das Forças Armadas na missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Ceará termina nesta sexta-feira e tem tempo limitado, afirmou o presidente Jair Bolsonaro durante uma transmissão em vídeo publicada em suas redes sociais.

“A GLO no ceará vence amanhã espero que o governador resolva esse problema da Polícia Milita. Porque é GLO, não é para ficar eternamente atendendo um ou mais governadores”, disse Bolsonaro, acrescentando que “a GLO minha não é ad aeternum.”

Bolsonaro também aproveitou para dizer que os governadores precisam ajudar o Executivo federal a aprovar no Congresso regras mais frouxas para a responsabilização de militares que cometem crimes no exercício da função.

“Nós precisamos de retaguarda jurídica para GLO. Para você que tem filho que está prestando serviço militar obrigatório. Uma vez estando em operação, GLO está na rua. Vai que acontece um imprevisto, um acidente. você soldado, engajado, pode responder por esse ato teu, e a punição é pesada. O que eu quero, pretendo do parlamento brasileiro, para poder ter tranquilidade para assinar GLO? Queremos atender governadores, agora governadores tem que ter ciência que precisam nos apoiar para que parlamento vote excludente de ilicitude”, disse Bolsonaro.

O governo do Ceará enfrenta um motim de parte da Polícia Militar insatisfeita com a proposta de correção salarial feita pelo governador Camilo Santana (PT).

O governo cearense vinha negociando aumentos salariais com representantes de policiais e bombeiros há meses, e em janeiro chegou a anunciar uma proposta que desagradou as duas categorias porque não repunhas as perdas inflacionárias sofridas nos últimos anos.

As negociações prosseguiram em fevereiro, com os representantes das forças de segurança propondo um salário inicial de R$ 4.748,95 para soldados.

A proposta final do governo ficou abaixo disso, prevendo salário-base de R$ 4.500, com correções sendo parceladas até março de 2022, mas os representantes aceitaram fechar um acordo com a administração estadual.

A mudança ainda precisa ser ratificada pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. O líder do governo na Casa, deputado Júlio César Filho (Cidadania), disse ontem de manhã que o Executivo e o Legislativo honrarão o acordo construído junto às associações e prevê que a votação acontecerá no início de março.

Na semana passada, em um dos episódios mais graves de violência em meio ao motim policial, o senador Cid Gomes foi baleado depois de tentar derrubar com uma escavadeira um bloqueio feito por manifestantes mascarados em Sobral (CE).