Vacinação contra covid-19 em SP começa em janeiro, diz Doria

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São Paulo, 3 de dezembro de 2020 – O governador de São Paulo, João Doria, disse que a vacinação contra a covid-19 no estado começará em janeiro, quando estarão disponíveis no Brasil cerca de 46 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan – a CoronaVac.

“Por que iniciar em março se podemos começar em janeiro? Quero reafirmar que em São Paulo, de forma responsável, seguindo a lei, no próximo mês de janeiro, cumprindo protocolo com a Anvisa, vamos iniciar a imunização dos brasileiros de São Paulo. Não vamos aguardar março”, disse ele durante uma entrevista coletiva.

No início de novembro, Doria anunciou o início das importações da CoronaVac e afirmou que até janeiro estariam disponíveis cerca de 46 milhões de doses da vacina no Brasil – 6 milhões já prontas e 40 milhões que poderiam ser feitas a partir de insumos importados da China.

Até então, Doria defendia publicamente que as vacinas fossem usadas para a imunização da população após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas mudou o discurso depois que a agência suspendeu temporariamente os estudos da CoronaVac.

A Anvisa argumentou inicialmente que suspendeu os estudos por causa da morte de um dos voluntários submetidos ao estudo da vacina, mas posteriormente veio à tona que houve falha de comunicação entre o órgão e o Instituto Butantan e que isso influenciou a decisão da Anvisa. Posteriormente, os estudos foram retomados.

Após este episódio, Doria passou a dizer que São Paulo vacinaria a população mesmo sem autorização da Anvisa se agências de vigilância sanitária de outros países aprovassem a CoronaVac – algo que ainda não aconteceu.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou durante a entrevista coletiva que os técnicos da Anvisa concluirão amanhã a inspeção nas fábricas da Sinovac na China – uma das etapas necessárias para o registro de vacinas – e afirmou que até 15 de dezembro a agência receberá todos os dados exigidos para eventualmente viabilizar o uso da CoronaVac.

Ele disse também que o Instituto Butantan não pretende usar o protocolo de registro emergencial lançado pela Anvisa para ter autorização de uso da vacina – o que em tese agilizaria a aprovação – porque todos os dados necessários para o registro definitivo estarão disponíveis até a semana que vem.