São Paulo – A União Europeia (UE) planeja começar a vacinação contra covid-19 ainda este ano, disse a presidente da Comissão Europeia, braço executivo da UE, Ursula von der Leyen, ao mesmo tempo em que alertou para os riscos de uma terceira onda devido à retirada prematura de restrições.
“A Comissão Europeia já assinou contratos com seis empresas. Os primeiros cidadãos europeus podem já ser vacinados antes do final de dezembro. Finalmente há luz no fim do túnel”, disse ela, em depoimento ao Parlamento Europeu.
Ela destacou, porém, que os estados membros precisam se prepara para a vacinação, proporcionando a logística para a implantação de centenas de milhões de doses, com organização dos postos de vacinação e capacitação de pessoal. “Esta é a nossa passagem para sair desta pandemia”.
Ao mesmo tempo, ela alertou que o número de casos do novo coronavírus continua aumentando na Europa, assim como as hospitalizações, pressionando os sistemas nacionais de saúde. “A situação de pandemia continua grave”, disse Von der Leyen.
“Devemos aprender com o verão [no Hemisfério Norte] e não repetir os mesmos erros. Relaxar muito rápido e muito arrisca uma terceira onda depois do Natal”, afirmou, destacando que o natal este ano será diferente, mais silencioso. “Esta é também uma questão de solidariedade entre os Estados membros”.
Na Europa, diversos países estão afrouxando regras de confinamento com a proximidade do Natal, como o Reino Unido e a França.
Segundo Von der Leyen, a covid-19 foi a causa número 1 de mortes na UE na semana passada, com quase 3 mil óbitos por dia, e os hospitais continuam sob estresse, com unidades de terapia intensiva (UTIs) sobrecarregadas em algumas regiões.
Por fim, ela disse que além da covid-19, outra crise que precisa ser enfrentada é o aquecimento global, e repetiu as palavras os secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, de que um número crescente de países prometeu neutralidade de carbono até 2050, e que todos devem colocar um preço no carbono.
“Escolhemos o caminho certo quando decidimos cortar as emissões de CO2 até 2030 em pelo menos 55%. Tal deverá também encorajar os Chefes de Estado ou de Governo a confirmarem este objetivo no próximo Conselho Europeu”, concluiu.