São Paulo – A Vale analisa uma possível remoção de famílias de dois bairros da cidade de Itabira, em Minas Gerais com o processo de descaraterização das barragens e diques que a empresa possui no Sistema Ponta. As informações são da Agência Brasil. Na cidade, a mineradora deve fazer construir muros de contenção e fazer diversas intervenções.
O assunto foi discutido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na última terça-feira (25). O deputado Bernardo Mucida (PSB) questionou a mineradora em pronunciamento na tribuna. Ele falou que até 300 famílias poderiam ser atingidas.
“Eu me reuni com os moradores e com o Ministério Público. A Vale quer construir uma estrutura de contenção. É um enorme muro que chega a ter 20 metros de altura, com a base de aproximadamente 30 metros. São similares a estruturas usadas no Japão para conter tsunamis. É uma espécie de barragem reserva. Um muro que fica atrás da barragem para segurar o rejeito na eventualidade de um rompimento. Acontece que ele está para ser construído em área urbana”, disse o deputado.
POSICIONAMENTO DA VALE
Em resposta a um questionamento da reportagem da Agência CMA, a Vale respondeu que vem discutindo com o Ministério Público de Minas Gerais e AECOM (auditoria externa indicada pelo MP) a forma mais tranquila e segura de cumprir a exigência legal no processo de descaracterização das estruturas construídas pelo método a montante do Sistema Pontal, do Complexo Itabira, em Minas Gerais.
“A princípio, o processo deverá ser realizado em duas etapas, sendo a primeira delas a execução de atividades em área operacional da Vale. Essa primeira fase deve incluir o reforço dos diques 3 e 4, a descaracterização do dique 5 e a implantação de uma contenção a jusante da barragem Pontal, na região da Lagoa Coqueirinho”, disse a empresa em nota.
“A segunda etapa, ainda em estudo, prevê a descaracterização dos diques Minervino e Cordão Nova Vista, do Sistema Pontal, e a construção de uma segunda contenção. Para esta fase, visando à segurança dos moradores, está sendo considerada a remoção de pessoas e imóveis nos bairros Bela Vista e Nova Vista. As ações serão definidas conforme resultados dos estudos, sempre considerando o menor impacto possível para as comunidades”, finalizou a Vale.
Bruno Soares / Agência CMA
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