São Paulo – A Vale e a Usiminas anunciaram a retomada de operações de mineração em Minas Gerais, que foram paralisadas após as fortes chuvas que caíram sobre o estado nas últimas semanas.
A Vale retomou de forma parcial e gradual suas operações em Minas Gerais que estavam paralisadas desde o dia 10 de janeiro após serem reestabelecidas as condições adequadas de segurança findo o período de chuvas intensas que atingiram a região. Foram retomadas as usinas de Abóboras, Vargem Grande, Fábrica e Viga, que representam cerca de metade da capacidade atual do sistema Sul.
“As demais usinas deverão ser retomadas nos próximos dias, após trabalhos adicionais de reestabelecimento das condições operacionais adequadas e normalização das circulações de trens”, disse a Vale, em comunicado.
“No Sistema Sudeste, a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas foi retomada no trecho Rio Piracicaba – João Monlevade, permitindo, portanto, a expedição gradual da produção de Brucutu e Mariana, não havendo mais produção da Vale paralisada nesse Sistema em decorrência das chuvas”, explicou.
Já o ramal de BH, responsável pelo transporte de carga geral, continua paralisado, e companhia estuda alternativas logísticas para o retorno definitivo do ramal e para o escoamento da carga geral enquanto o ramal permanecer paralisado.
“No Sistema Sul, foram liberados alguns acessos rodoviários e viabilizados outros alternativos, permitindo a circulação de empregados/terceiros às minas do Sistema, e consequentemente, os trabalhos de adequação da infraestrutura das frentes de lavra das minas. Vários trechos da MRS Logística tiveram sua circulação de trens liberada e com previsão de liberação de novos trechos ao longo da semana”, acrescentou.
Em função das paralisações em Minas Gerais estima-se um impacto de aproximadamente 1,5 Mt na produção e compra de minério de ferro. “A Vale considera o impacto sazonal do período chuvoso em todas as operações e, portanto, reitera seu guidance de produção de minério de ferro de 320-335 Mt para 2022.”
A Vale disse que “permanece com a gestão e o monitoramento contínuo de suas barragens e estruturas geotécnicas, realizados por meio dos Centros de Monitoramento Geotécnicos, pelas equipes especializadas da Vale e pelos Engenheiros de Registro”, e informou alteração nas condições de segurança de duas estruturas, associadas às fortes chuvas que atingiram Minas Gerais:
Barragem Área IX: elevação do protocolo de emergência de nível 1 para nível 2, após alterações piezométricas na ombreira direita da estrutura. A estrutura está desativada e é contemplada no Programa de Descaracterização de Barragens a Montante da Vale.
Dique Elefante: início do protocolo de emergência em nível 1, após erosão na ombreira direita da estrutura, sem o comprometimento de sua estabilidade global. O dique de contenção de sedimentos está em descaracterização.
A companhia já iniciou estudos e ações corretivas em ambos os casos. Não há a ocupação permanente de pessoas nas Zonas de Autossalvamento correspondentes e não se faz necessária evacuação adicional.
USIMINAS
A Usiminas informou que a sua controlada Mineração Usiminas S.A. (MUSA) iniciou, a partir de 14 de janeiro, a retomada de suas operações de forma gradual. “Ressaltamos que as consequências das fortes chuvas na região afetaram também as empresas que participam da cadeia logística de escoamento de minério, e que a MUSA está acompanhando a evolução das ações implementadas por tais empresas de forma a assegurar a mais rápida recuperação possível”, informou em comunicado.
A companhia disse que a barragem central da MUSA retornou ao nível não emergencial (ou nível zero) do Plano de Ação de Emergência de Barragens da Mineração em 13 de janeiro.