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São Paulo, SP – A Vale divulgou na noite de ontem (19) o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), com prejuízo líquido (atribuído aos acionistas) de US$ 694 milhões,
revertendo o lucro líquido de US$ 2,4 bilhões registrado no mesmo período de 2023. Em 2024, o lucro líquido foi de US$ 6,6 bilhões, queda de 23% em comparação a 2023. Já o lucro líquido “pro forma”, que inclui arrendamento, foi de US$ 872 milhões no 4T24, recuo de 64% em relação ao 4T23. Em 2024, o lucro líquido “pro forma” foi de US$ 7,7 bilhões, queda de 3% em comparação a 2023.
Segundo a companhia, o resultado negativo é reflexo, principalmente, do impacto do reconhecimento da redução ao valor recuperável de US$ 1,4 bilhão relacionada às operações de níquel de Thompson e de US$ 540 milhões relacionados ao projeto de Extensão da Mina de Voiseys Bay, após uma revisão abrangente dos ativos da VBM.
O Ebitda ajustado foi de US$ 3,79 bilhões no 4T24, queda de 41% em comparação ao 4T23. Em 2024, o Ebitda ajustado chegou a US$ 14,8 bilhões, queda de 20% em relação a 2023. A receita líquida foi de US$ 10,1 bilhões, queda de 22% em comparação ao 4T23. Em 2024, a receita líquida foi US$ 38 bilhões, queda de 9% em relação a 2023.
O Ebitda Proforma totalizou US$ 4,1 bilhões, 40% menor a/a e 9% maior t/t, principalmente como resultado de preços de minério de ferro mais baixos e menores volumes de vendas de minério de ferro. Estes efeitos foram parcialmente compensados pela optimização estratégica do portfólio de minério de ferro na realização de preços e volumes e pelo progresso contínuo das iniciativas de eficiência, resultando em um melhor desempenho no custo caixa C1.
O Fluxo de Caixa Recorrente foi de US$ 817 milhões no 4T24, US$ 2,251 bilhões menor a/a, impactado negativamente por um Ebitda Proforma menor. O efeito foi parcialmente compensado por uma maior coleta de caixa no 4T das vendas realizadas no 3T. No trimestre, o Fluxo de Caixa foi US$ 100 milhões negativo, influenciado negativamente pelo efeito não recorrente do pagamento antecipado feito em dezembro relativo à renegociação de concessões ferroviárias, no valor de US$ 656 milhões. A posição de caixa da Vale variou de acordo com a geração de Fluxo de Caixa Livre e a continuidade do gerenciamento de passivos, com uma emissão líquida de US$ 1,504 bilhões.
A dívida bruta e os arrendamentos atingiram US$ 15,5 bilhões em 31 de dezembro de 2024, US$ 1,3 bilhões a mais t/t, principalmente como resultado do efeito líquido de US$ 1,5 bilhões de fundos levantados e pagamento de dívidas. A dívida líquida expandida ficou relativamente estável em US$ 16,5 bilhões, uma vez que a geração negativa de fluxo de caixa livre no 4T foi compensada pelo efeito positivo dos ajustes cambiais nas provisões de Brumadinho e Samarco. A meta de dívida líquida expandida da Vale permanece entre US$ 10-20 bilhões.
Os custos all-in de finos e pelotas de minério de ferro, excluindo investimentos de manutenção, diminuíram US$ 5,6/t t/t, atingindo US$ 49,5/t, o nível mais baixo desde o 4T22. A redução foi impulsionada por maiores prêmios all-in (US$ 2,9/t maior t/t) e menor custo caixa C1 (US$ 2,6/t menor t/t). Em 2024, o custo total de finos e pelotas de minério de ferro, excluindo investimentos de manutenção, atingiu US$ 55,9/t, alcançando o guidance para o ano de US$ 53-57/t. O guidance para 2025 é de US$ 53-57/t, assumindo uma taxa de câmbio BRL/USD de 5,50.
O custo caixa C1, excluindo compras de terceiros, atingiu US$18,8/t no 4T, US$ 1,8 menor t/t e US$ 2,0/t menor a/a. A redução t/t foi impulsionada pelo impacto positivo do efeito giro dos estoques, resultado do consumo de estoques do trimestre anterior a custos mais baixos, impacto positivo da desvalorização do real, e continuidade dos resultados do programa de eficiência.
Em 2024, o custo caixa C1 da Vale, excluindo compras de terceiros, totalizou US$ 21,8/t, atingindo o limite inferior do guidance (US$ 21,5-23/t) e reduzindo US$ 0,5/t a/a, apesar dos impactos inflacionários. O guidance para 2025 é de US$ 20,5-22/t, assumindo uma taxa de câmbio BRL/USD de 5,50. Para fins de simulação, uma desvalorização de 10 centavos do real representa uma redução de cerca de US$ 0,30/t no custo caixa C1, excluindo compra de terceiros, e uma redução de US$ 0,4/t no custo total para 2025.
PROJEÇÕES
A mineradora revisou suas projeções de investimentos de capital (Capex) para 2025, reduzindo o valor total estimado de US$ 6,50 bilhões para US$ 5,90 bilhões.
A projeção de “investimento para crescimento” em 2025 foi atualizada para US$1,6 bilhão, ante até US$2,5 bilhões. Já os investimentos em “manutenção” recuaram de US$ 4,5 bilhões para até US$4,3 bilhões
A projeção de investimento em “soluções de minério de ferro” passou de US$ 4 bilhões para US$ 3,9 bilhões. Já o segmento de metais para transição energética recuou de US$ 2,5 bilhões até US$ 3 bilhões para US$ 3 bilhões. Por fim, o capex no segmento minério de ferro caiu de US$ 6,5 bilhões para US$ 5,9 bilhões.
DIVIDENDOS
A Vale informou que seu Conselho de Administração aprovou a distribuição de dividendos no valor total bruto de R$ 2,141847479 por ação, apurados conforme o balanço de 31 de dezembro de 2024, que contempla remuneração prevista pela Política de Remuneração aos Acionistas. O pagamento dos dividendos e dos juros sobre o capital próprio ocorrerá em 14 de março de 2025.
A data de corte para pagamento dos dividendos aos detentores de ações de emissão da Vale negociadas na B3 será o dia 7 de março de 2025, e a record date para pagamento dos dividendos aos detentores de American Depositary Receipts (ADRs) negociados na New York Stock Exchange (NYSE) será o dia 10 de março de 2025. As ações da Vale serão negociadas ex-dividendo na B3 e na NYSE a partir de 10 de março de 2025.
A companhia disse que procederá com o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor total bruto de R$ 0,520530743 por ação de emissão da Vale, já deliberados pelo Conselho de Administração. A data de corte para o pagamento de JCP aos detentores de ações de emissão da Vale negociadas na B3 foi o dia 11 de dezembro de 2024 e a record date para detentores de ADRs negociados na NYSE foi o dia 12 de dezembro de 2024.
RECOMPRA
A Vale informou que seu Conselho de Administração aprovou um novo programa para a aquisição de até 120 milhões de ações ordinárias em um prazo de 18 meses, contados a partir da presente data (novo programa de recompra de ações), representando cerca de 3% do número de ações em circulação.
O plano aprovado entrará em vigor em 26 de abril de 2025, após o término do programa em andamento. O novo plano tem término obrigatório em 25 de abril de 2025, após 18 meses de prazo de vigência.