‘Vamos bater uma salva de palmas para o BC por que ele vai baixar os juros’, diz presidente do BNDES

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São Paulo – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloisio Mercadante, disse que espera que o Banco Central anuncie uma redução na taxa de juros em breve.

“Vamos bater uma salva de palmas para o BC por que ele vai baixar os juros”, disse Mercadante, em participação no seminário “Desafios e oportunidades de crédito com o BNDES”, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo (SP).

Ele criticou o pagamento de dividendos pelo banco à União. “Não podemos pagar 60% de dividendos para a União. Vamos reduzir.”

Em relação à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), o presidente do BNDES disse que não dá para pagar R$ 23 bilhões a mais — o BNDES negocia com o Tribunal de Contas da União (TCU) a mudança no cronograma de pagamentos ao Tesouro, que previa a devolução de R$ 23 bilhões no fim deste ano. “Nós já pagamos R$ 60 milhões do BNDES a mais.”

Mercadante iniciou sua fala ressaltando a importância de o Brasil se reindustrializar. “Temos 11 mil ônibus para comercializar para o programa Caminho da Escola. O Brasil estava exportando 58% dos ônibus da América Latina e está perdendo esse mercado.”

Ele destacou a movimentação da cadeia econômica movimentada pelas montadoras de automóveis. “A indústria automotiva é a que mais encomenda…. autopeça, química, siderurgia, borracha, estradas de petróleo… não podemos desaprender o que aprendemos no passado. O governo está discutindo e a Fiesp vai participar do conselho de industrialização. O mundo está mudando e o Brasil vai ter que mudar para acompanhar essas mudanças. Os bancos públicos podem atuar no desenvolvimento.”

O presidente do BNDES argumenta que o BNDES tem capacidade para atuar no desenvolvimento econômico. “99% dos empregados do BNDES são concursados, acompanham políticas públicas com atenção. Banco público não tem pressa, têm paciência chinesa.”

Ele também destacou o papel do banco junto ao setor privado, citando o apoio histórico à Embraer e às micro empresas. “A Embraer vive o seu melhor resultado. É uma história exitosa, mas demorou muito tempo para chegar. E o BNDES participou dessa história financiando a empresa.”

“Tem momentos que não tem recurso. Por exemplo, depois da história da Americanas, o crédito freou e o BNDES teve que financiar o setor privado.”

Ele também destacou o apoio aos microempreendedores por meio do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC) para microempreendedores individuais (MEIs), além de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). “As micro e pequenas empresas são grande parte da economia atual.”

Ele disse que no FGI-PEAC, já teve uma grande procura. “Colocamos R$ 21 bi a disposição do mercado. Em 1,5 mês já rodou R$ 13 bilhões. Como cobrimos 80% da operação para os bancos, eles emprestam”, disse Mercadante.

Ele disse que o Cartão BNDES voltou e que por meio deo FGI-PEAC “com R$ 1bi, a gente aumenta em R$ 10 bi o crédito.”

Mercadante disse que o agro também voltou a ser financiado pelo BNDES e que deve apoiar a indústria com a compra de máquinas.

A Taxa Referencial poderá ser usada para apoiar o agro e a indústria. “O respaldo está vindo, o Congresso apoiou a TR.”

Mercadante comparou o Brasil com a China na utilização de bancos públicos para apoiar o crescimento da economia e disse que o país asiático cresceu muito dessa forma.