Vamos tomar todas as medidas necessárias para reduzir a inflação, diz Lagarde

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, participou do programa de TV Espejo Público, do canal Antena3, da Espanha, e falou a respeito dos próximos passos do banco para reduzir a inflação na zona do euro. Pouco depois da transmissão da entrevista, a agência de estatísticas europeia Eurostat divulgou a inflação de fevereiro, que diminuiu para 8,5% ao ano em fevereiro, mas ainda continua alta.

“Vamos ter mais uma subida nos juros de 0,50 pp, na próxima reunião de março, porque a inflação está demasiadamente alta. Devemos tomar todas as medidas necessárias para poder reduzir a inflação”, afirmou.

Para Lagarde, essa providência é necessária porque a missão do banco é manter a estabilidade de preços e, para isso, a subida nas taxas é importante. “É a ferramenta mais eficiente que podemos usar”.

Para determinar a taxa de juros das próximas reuniões, a presidente do BCE disse que a equipe do banco se baseia em dados, como os índices de inflação, para tomar decisões. “Devemos continuar seguindo neste caminho e vamos fazer o que for necessário para fazer a inflação cair a 2% no médio prazo. É o que os europeus esperam de nós”.

Ao ser perguntada sobre a redução da capacidade econômica devido ao aumento dos juros, Lagarde disse que essa é uma das consequências. “É óbvio que subindo as taxas de juros, ficará mais caro para as pessoas pegarem dinheiro emprestado dos bancos, e isso tem um efeito sobre a demanda, mas é a ferramenta que temos para diminuir a inflação. Isso também reduzirá os problemas de gargalos nas cadeias de produção e ajustará a oferta e demanda”.

Sobre a comparação entre a inflação dos Estados Unidos e Europa, ela declarou que não há como comparar, porque são duas realidades diferentes. “Acredito que seja um erro comparar os Estados Unidos com a Europa, a origem da inflação é diferente. Para nós é uma combinação de uma recuperação muito rápida da pandemia e a invasão à Ucrânia, que é totalmente injustificável, que fez os preços da energia subirem. Nos Estados Unidos é diferente, lá a inflação subiu por conta de pacotes de estímulos fiscais muito fortes, que teve um efeito na economia”.

Por fim, Lagarde não adiantou para quanto devem ir as taxas de juros, mas assegurou que o trabalho é reduzir a inflação. “Sendo assim, não posso dizer para quanto as taxas devem ir, não podemos baixa-las para que a inflação suba novamente, não queremos isso”.