São Paulo – As vendas de aços planos caíram1,7% em dezembro de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, ficando em 257 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Na comparação mensal, houve baixa de 11,6%, quando foram vendidas 290,6 mil toneladas em novembro.
“Tivemos queda menor que prevista, que era de 20% e foi para 11,6% [em vendas], o que é positivo. As usinas implantaram um realinhamento, com a Usiminas mais recentemente, então os preços estão mais adequados”, disse o presidente executivo do instituto, Carlos Jorge Loureiro, em entrevista a jornalistas.
No mês passado, as compras de aços planos recuaram 2,3%, em base de comparação anual, para 242,8 mil toneladas. Com relação a novembro, em que foram compradas 284 mil toneladas, as aquisições caíram 14,5%.
Em dezembro, os estoques diminuíram 1,7% perante novembro, atingindo o montante de 817,1 mil toneladas. O giro dos estoques, por sua vez, fechou em 3,2 meses.
As importações avançaram 2,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, com volume de 165,7 mil toneladas. Ante o mês anterior, houve avanço de 5,8% nos embarques.
Para este janeiro, a expectativa do Inda é de que tanto a compra quanto a venda tenham alta de 11% em relação a dezembro do ano passado.
A entidade não espera mudança na perspectiva de exportação para os Estados Unidos por conta da retirada da barreira antidumping, já que o governo de Joe Biden manteve vigente a barreira imposta pela resolução 232, disse o presidente do Inda.
O volume de importação deve encerrar o ano com o mesmo nível de 2022, devido ao prêmio de cerca de 10%, que não incentiva muitas importações.
“A novidade é que os acordos das usinas com as montadoras passa a ser semestral e não mais anual”, comentou Loureiro, que não espera aumento de preços em fevereiro, a menos que haja um pico em minério de ferro e carvão, o que é pouco provável, na sua avaliação.
Loureiro não vê grande impacto de um eventual acordo do Brasil com Argentina, em discussões entre os governos anunciadas ontem, durante a visita do presidente Lula ao país vizinho.
“A Argentina é um importador marginal de aço galvanizado, portanto deve ter pouco impacto para o nosso mercado.”