São Paulo – A XP avalia positivamente a venda da participação de 50% da Rumo no Terminal XXXIX de Santos para um consórcio formado por Bunge e Zen-Noh, anunciada na noite de quarta-feira (29), pois reforça a estratégia da companhia de concentrar seus esforços de investimento na geração de valor em seu core business. Eles destacam o valuation da transação, dada a coerência estratégica das transações; que a operação demonstra o contínuo interesse das tradings em ter Santos como rota de exportação e também na expansão de sua capacidade e reforça a visão de que há interesse de empresas na parceria com a Rumo para a construção de novo terminal em parceria com a DPW em Santos.
“Vemos a transação como alinhada à estratégia da Rumo de desinvestir de ativos maduros não essenciais para concentrar seus esforços em: (i) investimentos em ferrovias (especialmente a expansão de Lucas do Rio Verde); e (ii) investimentos adicionais que podem agregar valor ao negócio principal (ex: novo terminal de grãos em Santos com DPW)”, escrevem os analistas Pedro Bruno, Bruno Vidal e Matheus Sant’anna, em relatório.
“O valuation parece justo. Os números do T39 considerando 100% de participação em 2023 incluem: (i) receita líquida de R$ 262 milhões; (ii) ebitda de R$ 150 milhões (margem de 57%); e (iii) lucro líquido de R$ 65 milhões. O preço de aquisição foi de R$ 550 milhões em equity (R$ 600 milhões em enterprise value), levando a um EV/ebitda de 8,0x e um P/L de 16,8x. Consideramos este um valuation justo, embora implique um múltiplo ligeiramente inferior vs. 9,2x EV/EBITDA 23 da RAIL, dada a coerência estratégica da transação.”
A XP reitera a recomendação de compra para Rumo (RAIL3). No primeiro pregão após o anúncio, o papel da Rumo fechou em queda de 0,20%, a R$ 19,71.