São Paulo – O licenciamento total de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – somou 207.710 unidades em setembro, redução de 11,6% em base anual, enquanto o licenciamento de automóveis e comerciais leves caiu 11,1% no período, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 199.165 unidades, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Na comparação com agosto, os licenciamentos de leves subiram 14,6%, e os totais avançaram 13,3%. No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 1,301 milhão de unidades, queda de 32,9%, enquanto as vendas totais recuaram 32,3%, para 1,374 milhão de veículos.
“No auge da pandemia, o emplacamento caiu para três mil unidades por dia em abril e vem recuperando, chegando a quase 10 mil unidades diárias em setembro. Os níveis ainda estão abaixo de 2019, mas a recuperação merece destaque”, avalia o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
No mês passado, a venda de caminhões caiu 19,6% em base anual de comparação, com o emplacamento de 7.312 unidades e recuo de 9,5% ante agosto. No acumulado deste ano, por sua vez, houve queda de 15,4%, para 62.788 mil caminhões.
No setor de ônibus, o emplacamento caiu 29,0% em ante setembro de 2019, a 7.312 unidades. Em comparação ao mês imediatamente anterior, as vendas de ônibus recuaram 17,6% e, no acumulado do ano, os emplacamentos do segmento caíram 34,4% para 9.969 mil unidades.
PRODUÇÃO
Segundo a Associação, a produção de automóveis e veículos leves atingiu 208,773 mil unidades em setembro, queda de 11,0% ante o mesmo mês de 2019. Na comparação com agosto, houve aumento de 3,4%. Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 220,162 mil unidades no mês passado, redução de 11,0% em base anual, enquanto na comparação mensal houve alta 4,4%.
No acumulado do ano até setembro, a produção total diminuiu 41,1% para 1,330 milhão de unidades, enquanto a produção de veículos leves no acumulado do ano caiu 41,5%, para 1,258 milhão de unidades.
EXPORTAÇÃO
A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 693,2 milhões em setembro, queda de 14,1% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com agosto, houve alta de na ordem de 3,8%, diz a Anfavea.
O valor total exportado no mês passado, US$ 550,2 milhões foram em veículos automotores, recuo de 8,2% em base anual, e alta de 6,8% ante o mês anterior. Já as vendas externas de máquinas agrícolas somaram US$ 142,993 milhões, queda de 31,3% na comparação anual e de 6,4% ante agosto.
Em relação ao volume exportado, houve redução de 18,6% entre os veículos leves em base anual, a 28,657 mil unidades. Na comparação com o mês anterior, houve alta de 7,6%.
RECUPERAÇÃO
A Anfavea revisou as projeções para 2020 e deve encerrar o ano com quedas menores que as previstas em julho, na comparação anual, em licenciamento, exportações e produção, por conta da recuperação nos últimos meses.
“O número pode ser melhor até o fim do ano, por conta da maior poupança das famílias, eventos comerciais de fim de ano, manutenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e juros baixos e impacto do mercado de locação de veículos e preferência pelo transporte individual. Já os riscos que podem impactar negativamente o setor são o desemprego, fim ou redução do auxílio emergencial e da renda, aumento de custos, tributos e disponibilidade de insumos”, diz o presidente da entidade.
O licenciamento total deve encerrar o ano em 1,925 milhão de unidades, queda de 31% em relação a 2019, menor que o recuo de 40% previsto em julho e bem abaixo da projeção de alta de 9,4% prevista em janeiro, antes da pandemia.
No quesito exportações, a queda no ano será de 34%, para 284 mil unidades, acima dos 53% previstos em julho e pior que a queda de 11% prevista em janeiro. O resultado deve ser puxado pela queda das exportações nos principais mercados na Argentina, México, Colômbia e Chile, que registram recuos superiores a 30% no acumulado do ano.
Para a produção, a revisão do tombo para o ano ante julho foi de 45% para 35%, com 1,915 milhão de unidades produzidas. Em janeiro, a entidade previa alta de 7,3% neste indicador. O destaque positivo é a previsão de alta de 5% em máquinas agrícolas e rodoviárias, puxado pelo crescimento da demanda em construção civil e máquinas agrícolas.
“A recuperação deve demorar alguns anos para retomar os patamares pré-pandemia, mas esperamos que em 2021 seja melhor que este ano”, disse Moraes.
VAGAS DE TRABALHO
Segundo a Anfavea, a indústria automotiva fechou setembro com 122,1 mil funcionários, 5,8 mil a menos em relação ao mesmo mês de 2019 e 267 mais em relação a agosto. O ajuste positivo no mês inclui a recontratação massiva em uma única empresa e 1,2 mil desligamentos, ponderou o presidente da entidade.