Vendas de cimento recuam 1,2% no primeiro trimestre de 2023

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São Paulo, SP – O Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC) informou que as vendas de cimento registraram queda de 1,2% nos primeiros três meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Em termos nominais foram vendidas 14,7 milhões de toneladas no trimestre, sendo que 5,4 milhões ocorreram somente em março, uma redução de 2,1% comparado com o mesmo mês do ano passado.

Segundo o comunicado, o resultado é reflexo do período prolongado de chuvas intensas em diversas regiões do país, da manutenção das altas taxas de juros, da inflação e do endividamento das famílias agravado pela desaceleração do mercado de trabalho.

Na comparação por dia útil (melhor indicador que considera o número de dias trabalhados e que tem forte influência no consumo de cimento), as vendas do produto registraram em março 215,9 mil toneladas, uma queda de 2,3% em comparação a fevereiro e de -5,9% em relação a igual período de 2022. Assim, o resultado trimestral apresentou uma redução de 2,3% ante os três primeiros meses de 2022.

O relatório do SNIC mostrou ainda que as vendas de materiais de construção seguem em queda, assim como o número de lançamentos de unidades residenciais. “O nível da Selic, que estimula a demanda por produtos financeiros, e a menor demanda de imóveis fizeram com que as incorporadoras reduzissem os lançamentos para o segmento de médio e alto padrão. Por outro lado, o mercado sinaliza que a reformulação dos programas habitacionais pode impulsionar os empreendimentos de baixa renda para os próximos anos”, explicou o SNIC.

O sindicato apontou ainda que o programa habitacional do governo federal, Minha Casa, Minha Vida, abre novas oportunidades para a retomada dos investimentos habitacionais e de infraestrutura, beneficiando toda cadeia produtiva da construção civil. A perspectiva é que a retomada do programa melhora as vendas a partir do segundo semestre deste ano.

Por fim, o SNIC informou que a indústria do cimento tem tido efetiva participação nos debates sobre a Reforma Tributária, tratando de questões como o tratamento específico para a construção civil, incorporação e a tributação do concreto, bem como precificação de carbono.